Laércio defende desoneração da folha

folhaO deputado federal Laércio Oliveira foi um dos palestrantes de evento sobre reforma tributária promovido pela Central Brasileira do Setor de Serviços realizado em São Paulo, nesta quarta-feira 21. O secretário Especial da Receita federal Marcos Cintra e presidente do Brasil 200 Gabriel Kanner também foram palestrantes. O parlamentar voltou a defender a desoneração da folha de pagamentos e que está colhendo assinatura para apresentar emendas sobre isso à PEC 45, que tramita na Câmara dos Deputados.

“O Brasil tem 13 milhões de desempregados e essa tributação na folha é um absurdo. Por isso, a desoneração deve ser ampla. Existem muitos penduricalhos na folha. Há duas semanas, estivemos em reunião com o secretário Adjunto da Receita, Marcelo de Souza Silva que informou que o governo vai anunciar nos próximos dias os impostos que serão cortados. É fundamental que a proposta de reforma tributária priorize a geração de empregos”, disse.

O deputado defendeu que vai trabalhar com afinco pela reforma que vai trazer simplificação, melhora do ambiente de negócios e desburocratização. “Acho que a meta do Brasil deveria ser o que aconteceu na Colômbia, que é um país que assim como o nosso tem uma história de dificuldades financeiras, mas hoje é um dos melhores países no ranking para investimentos”, explicou.

O secretário Marcos Cintra, voltou a defender uma proposta de reforma tributária pautada num Imposto de Valor Agregado (IVA) apenas com tributos federais num primeiro momento e com a adesão voluntária de estados e municipais, num modelo conhecido como IVA dual.

O secretário voltou a alegar que a proposta de reforma tributária a ser encaminhada pelo governo federal ao Congresso busca uma conciliação com as demais ideias em discussão na Casa. Sobre o consumo, a ideia é criar um IVA inicialmente apenas com contribuições federais como o PIS e o Cofins para não mexer nos tributos estaduais e municipais, difíceis de mexer no Congresso por mexer no pacto federativo. “O PIS e o Cofins são dois tributos deformados, descaracterizados e com enorme margem de contencioso. Ao mexer nisso a esperança é melhorar o ambiente de negócios muito significativamente”, disse Cintra.

Cintra disse ainda que a reforma tributária do governo terá outros dois pilares: mudanças no Imposto de Renda de empresas, hoje em 34%, patamar elevado na comparação internacional — há dois anos os Estados Unidos reduziram a alíquota de 35% para 20%. Para pessoas físicas, Cintra voltou a defender a redução de deduções e simplificação de alíquotas do tributo.

O terceiro pilar da reforma do governo será a contribuição previdenciária, chamada de CP, para substituir a atual taxação sobre folha de pagamentos como fonte de recursos.

Mais dois textos

O presidente da Cebrasse João Diniz afirmou que existem mais dois textos sendo discutidos: a PEC 110/2019 que tramita no Senado e a PEC 45/2019, que está na Câmara.  Sobre a PEC 45, há uma preocupação com o aumento de impostos para o setor de serviços, de mão de obra intensiva e terceirizados em geral. “Junto com o deputado Laércio, entregamos ao autor da proposta, o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP) um estudo que mostra os impactos da PEC. Ela aumenta a já insuportável carga tributária porque não permite as compensações da alíquota em diversos segmentos. Os serviços representam hoje 70% do PIB e a alta de impostos é ruim para toda a sociedade porque afetaria segmentos como educação, transporte, telefonia, serviços terceirizados, entre outros. Haveria repasse para o consumidor”, explicou João Diniz. Baleia Rossi disse que iria analisar as propostas e adaptar o texto para que o setor não seja prejudicado.

Por Carla Virginia Passos

 

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