O mote da campanha publicitária milionária que fala do "Modo Itaú de fazer" esconde a verdadeira prática da maior instituição privada do sistema financeiro nacional. O Sindicato não para de receber denúncias de demissões em massa, do aumento como jamais visto do assédio moral e de toda a forma de pressão psicológica e das metas e um ambiente de terror e medo que oprime os funcionários do banco. Ninguém escapa da ganância do banco, que deverá fechar o ano com um lucro superior a R$20 bilhões. Nem mesmo empregados com doenças graves, como uma bancária, que estava com cirurgia marcada, em função de uma suspeita de câncer, escapa da política de demissões que possuem uma única razão: lucrar mais e mais. E o pior: o superintendente que a dispensou tinha conhecimento de tudo, da gravidade da doença à data da intervenção cirúrgica. Mas nada comove o banco.
Os trabalhadores com garantia no emprego, amparados pela legislação trabalhista, em função do período de pré-aposentadoria, também não se livram das demissões. Mas, as maiores vítimas são gerentes da área comercial, especialmente do Uni Class e dos postos de serviços.
O diretor do Sindicato Ronald Carvalhosa lembrou da entrevista dada pelo presidente do banco, Roberto Setúbal, este ano, para a Revista Exame, em que ele declarou que fecharia 50% das agências e Postos de Atendimentos (PABs) e demitiria 30 mil trabalhadores. "É um absurdo e total desrespeito o que o Itaú está fazendo. O Setúbal concede uma entrevista falando em reduzir unidades, precarizando ainda mais o atendimento à população, e em demitir milhares de funcionários como se estas práticas desumanas fossem um 'exemplo de eficiência' e de 'modernidade'. Esta desumanidade não existe em lugar nenhum do mundo", critica. O sindicalista denuncia ainda que o assédio moral e a pressão por metas atingiram níveis insuportáveis, como nunca antes, resultando no adoecimento em massa de bancários. "Somente na segunda-feira (16) atendi quatro bancários dispensados", afirma.
Sem critérios
Uma gerente de posto de atendimento, é uma dentre muitos casos, de funcionária considerada exemplo pela empresa. Ela participaria de um almoço de premiação na segunda-feira, 16, por conta de seu desempenho em relação às metas. A bancária foi surpreendida com a notícia de sua demissão na sexta-feira, 13.
"Pode parecer surreal, mas mesmo diante de todas as atrocidades que comete contra os bancários, o banco enviou mensagem convidando seus 'colabaradores' a enviarem vídeo cantando musiquinha para fazer publicidade da empresa. Quanto cinismo", afirma indignada a diretora do Sindicato Vera Luiza.
Fonte:Bancários do Rio