Aracaju tem 2.080 táxis que circulam 24 horas por dia na capital em busca de passageiros para um total de 4.672 taxistas. Desse total, 2.080 são os permissionários e 2.682 são defensores. Os que somam a maioria dos motoristas de táxis da capital, os defensores, são aqueles que trabalham para os donos do veículo, pagando por isso diárias que podem chegar a R$ 100.
Os dados são da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) e do Sindicato dos Taxistas (Sintax). De acordo com a SMTT, o cadastro de defensores na instituição aponta para 7.024 profissionais, embora, trabalhando estejam apenas 2.282.
Os defensores são motoristas que dirigem o táxi de outra pessoa. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Taxistas (Sintax), Gerson Ferreira, como é impossível alguém trabalhar o tempo inteiro, é importante que tenha alguém auxiliando.
“O permissionário é o dono do carro, do ponto de táxi. E o auxiliar ou defensor é aquele que usa o veículo do permissionário”, explicou Gerson Ferreira, ao lembrar que a SMTT permite que para cada táxi existam até dois auxiliares. Para ter essa oportunidade de trabalho, o interessado tem que investir num curso dado por uma autoescola e somente depois disso é que entra com a documentação e recebe a liberação para dirigir táxi.
Somando os 2.080 permissionários com os outros 2.682 atuando hoje, o serviço de táxi na capital emprega 4.762 profissionais. Gente como Alisson Celestino dos Santos, 31 anos, oito deles nesse ramo, que hoje percebe que o serviço não compensa. “É muito trabalho e pouco lucro. A praça caiu demais, não tem corrida. As pessoas não querem pegar mais táxi”, lamenta. Tendo ou não passageiros, ele tem que pagar ao dono do carro R$ 80 por dia e ainda assumir os custos com combustível.
“A manutenção do carro é por conta do dono”, conta. Para conseguir ter alguma renda, “chego a trabalhar 12 a 18 horas por dia e, às vezes, 24 horas”, afirma. Alisson não tem ponto fixo. Na sexta-feira pela manhã, por exemplo, estava no Aeroporto Santa Maria, mas nada o impede de parar em frente aos shoppings, às clínicas. “Não tenho ponto fixo”, observa.
Alisson diz que a diária que paga pelo carro é alta, mas existem alguns colegas dele que chegam a desembolsar até R$ 100. O vice-presidente do Sintax, Gerson Ferreira, disse que o valor do que cada defensor paga é fruto do acerto com o permissionário e que o sindicato não tem nenhuma interferência nessa negociação. “Existe uma combinação entre eles. Às vezes, o permissionário fica com 40% da renda, acerta um preço da diária, enfim”, observa Gerson.
Regulamentação
Em dezembro de 2012, o então prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, assinou o decreto de nº 4.161 que regulamentava o exercício da profissão de condutor auxiliar de táxi no município de Aracaju. Com a assinatura do decreto, os auxiliares, também conhecidos como defensores,
Podem trabalhar em qualquer permissão (táxi) do município com uma única carteira.
Na época, Edvaldo Nogueira disse que estava atendendo a uma antiga reivindicação. “Nós estudamos bastante a questão para encontrarmos a melhor forma de realizar esse sonho dos defensores. Antes era preciso tirar uma carteira para cada táxi que eles dirigiam e agora, com essa mudança que estamos fazendo, fica estabelecido que o defensor terá apenas uma carteira e poderá trabalhar em quantos táxis ele queira”, explicou.
Curso de 50h capacita categoria
Aqueles que desejam ser defensores têm que passar por um curso de oito dias (50 horas) para aprender sobre direção defensiva, legislação do trânsito, mecânica, relacionamento interpessoal, meio ambiente e cidadania, inglês básico e regulamentação da profissão de taxista. Uma única empresa particular – a Parati – é que ministra o curso em Aracaju e para aqueles que querem entrar na profissão.
A assistente da coordenação do curso de capacitação de taxistas, Mariana de Souza Silva, explicou que todo taxista – seja ele permissionário ou defensor – é obrigado a passar por este curso e, somente, depois é que a SMTT lhe autoriza a dirigir. Normalmente é feito um curso por mês. Mas quando há grande procura, como ocorreu em junho passado, foram colocadas duas turmas. Esta semana, 50 pessoas estão fazendo o curso.
Para ministrar o curso, a empresa busca profissionais na área de trânsito, Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Departamento Estadual de Trânsito (Detran), entre outros.
Fonte:JCnet
