Organizador de Motociata nega compra de votos e denuncia abuso policial

josevaldoO contabilista Josevaldo Mota, organizador da Motociata da Virada, realizada na última quinta-feira, 3, em Aracaju, prestou depoimento à Polícia Federal, ao qual o Blog Primeira Mão teve acesso. No depoimento, ele negou qualquer envolvimento em compra de votos, rejeitando as acusações levantadas contra ele.

De acordo com Mota, após o encerramento do evento, um grupo de cerca de 50 pessoas se reuniu na casa de Filipe Souza e Jozélia Mota, no bairro Santos Dumont, para discutir o planejamento de uma nova motociata que seria realizada no dia seguinte.

Por volta das 22h30, a polícia apareceu e conduziu todos os presentes para prestar esclarecimentos. A ação levantou suspeitas sobre possível compra de votos devido à apreensão de mais de R$ 2 mil durante a reunião. Mota, no entanto, negou as acusações. *

Ele afirmou que o montante apreendido era composto de R$ 500 de sua própria carteira, enquanto o restante pertencia aos demais presentes, a maioria motoboys que teriam trabalhado durante todo o dia através de serviço de aplicativo.

Segundo Josevaldo, não havia qualquer intenção de compra de votos, já que grande parte dos presentes era eleitor do município de Nossa Senhora do Socorro, enquanto a candidata que supostamente seria favorecida, é para o pleito de Aracaju, tornando a acusação infundada.

A motociata, que reuniu cerca de 500 motociclistas, conforme estimativas do organizador, teve como ponto de partida o condomínio José Rolemberg Leite, no bairro Bugio, e percorreu diversos bairros da capital, como Bugio, Santos Dumont, Pau Ferro, Cidade Nova e 18 do forte, até finalizar em frente ao 28º Batalhão de Caçadores. O evento, segundo Mota, tinha como objetivo destacar a importância dos motoboys, uma classe que, segundo ele, foi fundamental durante a pandemia e merece maior reconhecimento por parte dos políticos.

Tratamento policial

No entanto, Mota não poupou críticas à ação da Polícia Militar, que, segundo ele, agiu com abuso de autoridade. De acordo com o relato, os policiais chegaram atirando para o alto, causando pânico entre os presentes, e empregaram força desproporcional, incluindo espancamentos e tratamentos degradantes. O filho dele, inclusive, Michael Josevaldo, teria sido agredido com socos e tapas no rosto, e submetido a exame de corpo de delito no dia seguinte.

O organizador destacou ainda que as pessoas conduzidas pela polícia foram colocadas deitadas no chão, empilhadas umas sobre as outras, e posteriormente forçadas a sentar com as mãos para trás, inclusive sentando em cima das mãos, enquanto aguardavam a chegada de dois ônibus que os levaram para a sede da Polícia Federal em Sergipe. No trajeto, enfrentaram condições extenuantes, sendo mantidas sentadas no chão dos veículos superlotados, o que prolongou o sofrimento dos detidos até o término dos depoimentos.

O caso levanta questões sobre a abordagem policial e os limites da atuação das forças de segurança em eventos políticos, especialmente quando há suspeitas de abuso de autoridade. A defesa de Mota pretende contestar as acusações e exigir uma investigação sobre as ações da polícia durante a operação.

 

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