Ministra de Lula envia recursos e consegue secretaria para filho

ministraNo Rio de Janeiro, a prefeitura da cidade de Cabo Frio nomeou o músico Márcio Lima Sampaio, filho da ministra da Saúde, Nísia Trindade. Um secretário municipal da cidade recebe R$ 9.531,62 por mês, de acordo com o portal da transparência da administração local. A nomeação ocorreu exatamente um mês depois de o ministério da mãe beneficiar a cidade com a metade (55,4 milhões de reais) dos 103 milhões entre 14 municípios. Uma verdade que mais de parecer se aclara, e torna necessário instaurar investigação urgente para tanta coincidência.

A Nísia no mês passado teve uma condenação de 11 milhões pelo TCU por descobrir irregularidades na condução numa pesquisa sobre drogas pela Fundação Oswaldo Cruz. A mesma instituição presidida por Níssia teria fornecido testes com sobre preço de 700% ainda na gestão Bolsonaro.

A escolha foi feita pela prefeita Magdala Furtado (PL). Ela é filiada ao partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e do governador do Rio, Cláudio Castro, que fazem oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas tem relações com o PT e proximidade com o deputado federal Washington Quaquá (PT-RJ), vice-presidente nacional da legenda petista e parlamentar que deu uma tapa em plenário contra deputado Messias(PL-SC), Quaquá que é próximo a ministra foi inabilitado anos atrás por distribuir cheques em meio a eleição e empregou por ano catarinense filha de Lula na cidade de Maricá(RJ).

Na recorrente prática de desviar a verdade, após a nomeação, a ministra Nísia Trindade elogiou o filho, mas disse que não teve nenhuma participação no convite feito pela prefeita para ele assumir a função. “Márcio, além de músico reconhecido, é graduado em ciências sociais e políticas culturais. Estou certa de que será uma excelente experiência para ele e também para a gestão cultural da cidade”, afirmou a ministra em nota enviada ao Estadão.

De acordo com o secretário adjunto de Comunicação da prefeitura, Acy Barreto Chaga, Sampaio foi escolhido por ser uma pessoa qualificada, jovem e envolvida com a classe cultural da região, sem influência nem indicação da ministra da Saúde para o cargo. O assessor da prefeita argumentou que Sampaio terá uma proximidade mais direta com o Ministério da Cultura e a Secretaria da Cultura do Estado para levar mais projetos e recursos para o município. Outra questão é qual seria demissão do antigo secretário, abrir vaga ?

O PT de Cabo Frio negou qualquer relação com a indicação de Sampaio para o cargo. A prefeita Magdala Furtado, inclusive, é filiada ao PL, partido de Jair Bolsonaro, e principal legenda de oposição ao presidente Lula, embora cooptada em parte por liberações de verbas. Em nota divulgada à imprensa, a prefeitura de Cabo Frio alegou que a nomeação se deve pelo fato de Sampaio ser “uma pessoa qualificada, jovem e envolvida com a classe cultural”.

Mas o sincericídio sempre chega: A nota ao afirmar que Magdala Furtado considerou, em sua escolha, “a proximidade de Sampaio com o Ministério da Cultura e a Secretaria da Cultura do Estado do Rio de Janeiro, o que vai ajudar o município a levar mais projetos e atrair recursos para Cabo Frio”, na prática dar forte indício de força política da ministra

Seguindo o caminho de esconder o óbvio, o Ministério da Saúde também emitiu notas negando a relação entre a liberação dos recursos para Cabo Frio e a nomeação do filho da ministra para a Secretaria Municipal de Cultura. A pasta afirma que o repasse atende a demandas de gestões anteriores do município e cita fala da própria ministra sobre a nomeação do filho.

Na reta final do governo de Jair Bolsonaro, o Ministério da Saúde pagou à Fundação Oswaldo Cruz por testes de Covid-19 valores que chegaram a quase oito vezes mais que os praticados na iniciativa privada.A Fiocruz era comandada, à época, pela atual ministra da Saúde, Nísia Trindade. O ministério tinha uma licitação em andamento na ocasião, que foi suspensa pouco antes da aquisição feita junto à fundação. Foram comprados pelo menos 3 milhões de testes ao preço de R$ 19,40 cada. Na própria licitação que estava em curso, da qual participavam 35 empresas, havia oferta de testes pelo preço unitário de R$ 2,49. O valor fechado pelo ministério com a Fiocruz foi nada menos que 679% superior ao menor preço ofertado na concorrência. A compra se deu por meio de um acordo de cooperação técnica, em dezembro de 2022. Auditores da Corte atestaram o sobrepreço e detectaram irregularidades tanto na decisão que suspendeu a licitação quanto na contratação direta dos testes assinada com a Fiocruz. O tribunal ordenou, ainda no ano passado, a suspensão do acordo com a fundação, vinculada ao próprio Ministério da Saúde. A decisão está em vigor até hoje.

A velha política se repete em governos recorrentes que não mudam o paradigma. São muitos casos para que se possa acreditar nas falácias de ministérios e órgãos públicos. Mas um governo comandado pelo Centrão e pela baixa política pode mudar algo?

Por Tulio Ribeiro

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