Lula se irrita com relatório da OCDE e fracassa em acordo entre Guiana com Venezuela

venoNão é o primeiro alerta. Em outubro, o Monitor Fiscal do FMI afirmou que a dívida pública brasileira estaria próxima dos 100% em 2028 ainda que o governo consiga cumprir as atuais metas de resultado primário previstas no arcabouço fiscal recentemente aprovado. Mesmo com a ressalva de que dados do FMI são mais altos por causa de um critério diferente (inclui na conta da dívida os títulos do Tesouro em poder do Banco Central), importante apontar que a dívida brasileira, indiferente da medição, é bem mais alta que a média dos países emergentes como proporção do PIB. Importante ressaltar que as nações desenvolvidas são ainda mais endividadas – muitas delas devem o equivalente a mais de 100% do que produzem em um ano –, também é verdade que elas conseguem rolar suas dívidas pagando juros baixos, algo que o Brasil é incapaz de fazer. A junção da dívida de país rico e juro de país emergente é uma tempestade perfeita, fatal no médio e longo prazo.

A lógica é que um país ao ser recorrente em gastar mais do que arrecada sem nenhum esforço para reduzir suas despesas tem diante de si apenas três opções: seguir elevando impostos até sufocar de vez a economia, emitir moeda indiscriminadamente – o que causa inflação –, ou jogar títulos no mercado, tendo de oferecer juros altos para atrair quem esteja disposto a emprestar dinheiro a um governo gastador em vez de investir em economias mais sólidas e confiáveis. A irritação de Lula não muda a realidade, mas é neste caminho que ele coloca o Brasil se insistir em empurrar com a barriga a questão fiscal.

Assim como também não há nada de palpite nas recomendações da OCDE, que da mesma forma repetem conselhos dados há muito tempo: uma reforma administrativa que desincha o Estado brasileiro; o fim do engessamento orçamentário que compromete investimentos e outras escolhas do governo; abertura econômica e maior inserção no comércio internacional; reavaliação de programas sociais para cortar o que é ineficiente, redundante ou direcionado a quem menos precisa; e mecanismos de indexação que acabam elevando gastos desnecessariamente. Mas o projeto petista é de um Estado ainda mais gastador. Outras duas questões se apresentam preocupantes, uma é que o governo pretende fazer uma alteração sem nenhuma discussão prévia em elevar a tributação da folha de pagamento o que pode alterar a recuperação de empregos, por isso este tema deveria ser via projeto de lei que permitiria um debate produtivo.

Na seara internacional, Lula que verbalizou que atuaria sobre o conflito Rússia e Ucrânia, e nem sequer conseguiu se inserir num acordo entre israelenses e palestinos, mostra sua falência como líder internacional já que temos forças inglesas na Guiana e a Venezuela por ordem do aliado Nicolás Maduro, em operação total militar no oriente do país. Quem tem lado nos três casos internacionais, não consegue liderar nem mediar, apenas discursar para os seus afins de propagar um poder internacional que não possui.

Por Tulio Ribeiro

 

 

 

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