Além de atrações nacionais, o evento reúne artistas dos Estados Unidos, Inglaterra, Guiné-Bissau e Angola
Após uma edição grandiosa realizada em 2022, no Brasil — com mais de 20 horas de música e mais de 25 mil pessoas por dia —, o AFROPUNK se prepara para fazer a sua cerimônia de aquilombamento com ainda mais força em 2023. A terceira edição brasileira do maior festival de cultura preta do mundo está confirmada para os dias 18 e 19 de novembro, no Parque de Exposições, em Salvador, cidade mais negra fora da África. O festival global que nasceu em Nova Iorque, nos Estados Unidos, e atravessou continentes com edições em Londres, Paris e Joanesburgo, aterrissou na América Latina para promover um verdadeiro resgate ancestral na Bahia. O AFROPUNK segue com ingressos disponíveis pelo site oficial da Sympla (acesse aqui).
“Do Brooklyn à Bahia, celebraremos nossa comunidade em suas diferentes configurações com o mesmo sentimento: resgatar as trocas e a afetividade que nos foram roubadas”. Este manifesto rege o festival, que mescla gêneros musicais como rap, funk, samba, R&B, pagode, samba-reggae e outros a partir de uma curadoria singular.
O AFROPUNK Bahia já revelou a programação completa da sua terceira edição. Após uma extensa turnê sold out pelos Estados Unidos, Canadá e Europa, a cantora e compositora norte-americana Victoria Monét desembarca no Brasil para fazer a sua estreia na América Latina no palco do AFROPUNK, no dia 18 de novembro (sábado). O disco Jaguar II, lançado por ela neste ano, foi definido pelo jornal inglês The Guardian como "um caleidoscópio brilhante". Nome aclamado nos bastidores por ter escrito músicas para Nas, Fifth Harmony e Ariana Grande (que lhe rendeu duas indicações ao Grammy), a artista está no centro dos holofotes com a sua carreira-solo e, hoje, ocupa o posto principal (e o microfone) de palcos importantes mundo afora. Victoria Monét apresenta um trabalho com referências ao pop, ao R&B, ao dancehall, ao disco music e ao funk.
Um dos primeiros confirmados para esta edição, Djonga é atualmente um dos maiores nomes do rap nacional e é conhecido por suas letras e hits, como “Olho do Tigre” e “Leal” e é mais um nome confirmado para o primeiro dia do evento. Além dele e Victoria, Carlinhos Brown, autor de um dos discos responsáveis por mudar os rumos da indústria musical, o Alfagamabetizado - que amplificou o samba-reggae e axé music nacionalmente -, promete fazer uma visita ao tempo, celebrar os 27 anos do álbum e relembrar músicas como “A Namorada”, “Quixabeira” e “Cumplicidade de Armário” no dia 18. Produzido por Arto Lindsay, ao lado do músico francês Wally Badarou, o trabalho marcou não só a carreira do “Cacique do Candeal”, como também a história da música brasileira.
Gaby Amarantos é mais um nome confirmado no primeiro dia do festival, 18 de novembro, trazendo ao público do AFROPUNK Bahia o show do disco recém-indicado ao Grammy Latino, TecnoShow (2022). O álbum reúne canções autorais e versões nacionais de clássicos da música internacional que dominaram a cena do tecnomelody no Pará na primeira década dos anos 2000, marcando um reencontro de Gaby com sua origem musical. Ao trazer este show para a terceira edição, o festival fortalece a diversidade rítmica no palco. Ainda na programação do dia 18 de novembro, Luccas Carlos, um dos principais representantes do R&B e rap no Brasil, interpretará músicas do seu último álbum, intitulado JovemCarlos (2022) - trabalho que conta com participações de Lulu Santos e Chris MC. Os hits “Planos” (2018) (com cerca de 67 milhões de visualizações no YouTube) e "Músicas de amor nunca mais” (2023) (que acumula cerca de 16 milhões de visualizações nas plataformas de streaming de áudio) devem entrar no repertório. O artista recebe, no palco, O Poeta.
A noite de 18 de novembro no AFROPUNK Bahia será marcada ainda pelo show da cantora e compositora baiana Majur, que reúne toda sua trajetória pela visibilidade e respeito às pessoas trans para inspirar o público do festival. A artista lançou recentemente o seu segundo disco de estúdio, intitulado ARRISCA. Com um pop contemporâneo e toda originalidade, Majur prepara uma performance com os hits “Pimenta de Cheiro”, “Clima” e “Onde For”, que têm participações de Ivete Sangalo, Xamã e Olodum, respectivamente. O pagodão baiano ganha destaque nesta noite com o grupo O Kannalha, o que evidencia, mais uma vez, a diversidade da curadoria do festival e o foco em estilos diferentes. "Fraquinha", um dos seus maiores hits, conta com mais de 15 milhões de visualizações no YouTube. O Kannalha foi destaque no Carnaval de Salvador de 2022, e, com sua irreverência e experimentações sonoras, vem chamando atenção de diversos artistas – como Pabllo Vittar, com quem colaborou na faixa "Penetra”, em 2023.
O duo Quebradaum, idealizado pelos DJs e produtores Pivoman e Manigga, sobe ao palco do AFROPUNK no dia 18 de novembro, levando as batidas fortes e cheias de suingue. Juntos, os artistas decidiram unir suas pesquisas musicais para propor um DJ set imersivo na diversidade da atual música eletrônica negra produzida nas periferias do mundo. Tasha e Tracie + Tati Quebra Barraco no sábado (18 de novembro) do AFROPUNK Bahia é o match dos sonhos. As gêmeas são um dos principais nomes em ascensão do rap brasileiro, movendo multidões pelo país com trabalhos como “Diretoria” e “Yin-Yang”. Para deixar esse momento ainda mais especial, o show conta com Tati Quebra Barraco, lenda viva do funk carioca que comemora 25 anos de carreira em 2023.
Entre os DJs, as confirmações prometem agitar o público e um encontro inédito vai marcar a edição, no dia 18 de novembro. O coletivo baiano TrapFunk&Alivio recebe a atração internacional DJ Tash, da Inglaterra. O coletivo surge como expressão da periferia amplificada por sistemas de som e tecnologias, sendo um expoente da música feita nas comunidades brasileiras, pensada globalmente. Traduz o som do Baile Funk para a Bahia, misturado com música da diáspora africana e som contemporâneo periférico. O coletivo reúne letras, pontos e bases de funk com a linguagem do trap para constituir uma música original, onde a comunidade negra dialoga com seu entorno e com o mundo. Tash LC apresenta programas regulares na NTS Radio e Movement Athens, equilibrando transmissões de afro-jazz e highlife com encontros mais acelerados de Kuduro, Gqom e sons esotéricos de clubes.
O segundo dia do AFROPUNK Bahia (19 de novembro) também aposta na diversidade musical na grade de atrações. A estrela pop IZA vem se preparando para um show especial nesta data, repleto de sucessos. Seu novo álbum "Afrodhit", que conta com a participação de MC Carol na faixa "Fé nas Malucas", Tiwa Savage em "Bomzão", L7nnon em "Fiu Fiu" e Djonga em "Sintoniza", reflete o renascimento da artista. Empolgada para o festival, afirma que “vai ser especial chegar no Afropunk e cantar um pagodão, que nunca tinha feito antes, com o Russo Passapusso.” Falando em Russo, o BaianaSystem também entra na roda para um encontro inédito com o cantor guineense Patche Di Rima e com a artista angolana Noite Dia. “O desejo de trazer o Baiana para o festival vem desde o ano passado e, nessa edição, seguimos a linha de shows que o grupo vem desenvolvendo com números como o GilBaiana e o OlodumBaiana. O Pretuguês segue essa linha de articulações musicais provocadas pela banda, trazendo pela primeira vez os dois artistas africanos para o Brasil”, como dito por Ismael Fagundes, produtor cultural e coordenador artístico do festival. O artista Patche Di Rima é um dos principais nomes da música guineense (sendo elencado como embaixador mundial da cultura do país); se destaca no gumbé, ritmo musical que nasceu da junção de alguns ritmos tradicionais da Guiné-Bissau e tem sido cultuado pelo artista ao longo dos seus 20 anos de carreira. Já Noite Dia é uma artista angolana que se tornou um dos principais nomes do kuduro e trará para o show faixas como “Kibexa” e “Tá Maluca”.
O domingo do AFROPUNK Bahia atende também ao apelo imortalizado na voz de Alcione e não deixa o samba morrer. Uma das lendas do samba e da música brasileira, a maranhense foi a primeira atração confirmada no festival AFROPUNK Bahia e vai se apresentar em um show especial, junto com a escola de samba Mangueira, que fará uma homenagem a Marrom no enredo do Carnaval de 2024. A multiartista paulista AJULIACOSTA vem pela primeira vez à capital para o segundo dia do AFROPUNK Bahia. Destaque na música e na moda, a rapper vai apresentar hits como “Homens Como Você” e “Marido de Bandida”, do EP AJU. Amazonense, Karen Francis é uma das principais promessas do R&B brasileiro e faz parte de uma nova safra de artistas nortistas caracterizada pela reinvenção do cenário musical da região. A cantora, compositora e instrumentista realiza experimentações com músicas como “Cardume” e “Confissão”, que podem ser apresentadas no repertório do show que ela faz neste dia.
O movimento hip hop e suas vertentes são uns dos principais responsáveis pela recuperação da autoestima de pessoas pretas, servindo como espaço de resistência e pertencimento para a comunidade. Não à toa, o AFROPUNK Bahia convocou os irmãos Klayblack e MC Caverinha para materializar esse sentimento no público no domingo do festival. Apelidado de “Príncipe do trap”, o MC estourou na cena com o lançamento do single “Não Pisa No Meu Boot” (2019) e, desde então, acumula feats com nomes como Djonga e Vulgo FK. Juntos, no palco do festival, os trappers farão sua estreia em Salvador com o hit “Cartão Black” (2023), que acumula mais de 100 milhões de streams nas plataformas digitais, e outras faixas de suas discografias individuais.
O Olodum também estará no festival. A importância da presença do grupo conversa diretamente com a proposta de curadoria do AFROPUNK Bahia. Há mais de 40 anos, o bloco afro se destaca como um dos principais representantes da cultura baiana e afro-brasileira no mundo. Apresentando a turnê “Olodum Bahia Viva”, a banda já atravessou continentes com shows na Argentina, Chile, EUA, Canadá, França, Bélgica, Alemanha, Inglaterra, África do Sul e Ghana e, agora, relembra “Faraó”, “Avisá la”, “Rosa” e “Deusa do Amor” em sua cidade natal, em 19 de novembro, mesmo dia em que o pioneiro do Grime e Drill na cena brasileira, Vandal, estará no AFROPUNK. Ele é nome obrigatório do rap brasileiro contemporâneo e o show do poeta das esquinas de Salcity no festival já nasce histórico. A noite conta ainda com um set especial da DJ, coreógrafa e dançarina baiana Lunna Montty, com músicas de artistas pretos, intercalando com performances de dança.
Sobre o AFROPUNK
Antes de se tornar um festival, o Afropunk surgiu como um movimento cultural nos EUA, que tinha como propósito ser resistência dentro de uma comunidade punk rock dominada por pessoas brancas. O lançamento do documentário Afro-Punk (2003), dirigido por James Spooner, foi um pontapé inicial para o movimento. A produção audiovisual narra a história de quatro afro-americanos que viviam o ‘punk rock lifestyle’ no início dos anos 2000. Em 2005, o Afropunk ganhou o formato de festival internacional e multiartístico, no Brooklyn, em Nova York, expandiu as suas possibilidades para abranger novos gêneros musicais – sempre com um Line Up de artistas renomades da música negra e novos talentos.
Hoje, é uma plataforma de conteúdo, referência estética, e um portal de mobilização social presente em 4 continentes. Mas, muito além de um festival, o AFROPUNK é o público, é atitude, é mudança, é celebração. No Brasil, a parceira e investidora do AFROPUNK é a IDW, Agência criativa de negócios focados em conteúdo e entretenimento, que realiza o festival em parceria com o time global da plataforma.
Confira o line-up completo:
18 de novembro, sábado
Djonga
Tasha e Tracie convida Tati Quebra Barraco
Carlinhos Brown canta Alfagamabetizado
Victoria Monét (EUA)
O Kannalha
Majur
Luccas Carlos convida O Poeta
Gaby Amarantos
TRAPFUNK&ALIVIO & TASH LC (Inglaterra)
QUEBRADAUM com PIVOMAN E MANNIGA
19 de novembro, domingo
Alcione convida Mangueira
VANDAL
Karen Francis
BaianaSystem convida Patche Di Rima (Guiné Bissau) & Noite Dia (Angola)
AJULIACOSTA
IZA
Olodum
KayBlack e Caverinha
Lunna Monthy
Serviço:
AFROPUNK Bahia 2023
Datas: 18 e 19 de novembro de 2023
Local: Parque das Exposições, Bahia
Classificação: Menores de 14 anos acompanhados dos pais. Acima de 14 anos precisam apresentar documento de identificação com foto.
Mais Informações: https://afropunk.com/pt-br/festival/bahia/
Assessoria