Conservador Milei cresce na Argentina depois que Lula ajudou a esquerda

presidente luiz inacio lula da silva visita viagem portugal europa 22 abril 2023Lula da Silva sempre recorreu à defesa da soberania dos países quando as críticas chegavam contra seus aliados, como Cuba, Venezuela ou Nicarágua. A reclamação era a mesma dos direitos humanos. Em 22 de agosto ele verbalizou: "Princípio da soberania impede, atualmente, que países e organizações imponham condições ou regras a outras nações". No caso das eleições argentinas, Lula praticou o que suas promessas de ocasião não conseguem sustentar.

Na quarta-feira, o jornal Estadão desmoronou o argumento de Lula e incomodou o governo brasileiro com um artigo de destaque afirmando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve pessoalmente envolvido na concessão de um empréstimo de US$ 1000 bilhão à Argentina pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF, antigo nome Corporación Andina de Fomento). A matéria deixava clara que o objetivo de Lula era ajudar o ministro Sergio Massa em sua campanha eleitoral para a presidência e, assim, impedir o avanço de Javier Milei.Lula que já gravou apoio a diversos candidatos a presidente não pode desmentir. O fato estourou a má relação preexistente entre o candidato liberal argentino e o presidente do Brasil que nega ser socialista, mas verbaliza em seus guetos políticos, Lula fala muito bem ao mercado, por exemplo nunca sabemos a razão que os juros nos bancos estatais são semelhantemente altos dos privados, apesar de uma inflação de apenas 4,9 %. A volta do intervencionismo de Lula quando lhe convém gerou situação obrigando governo brasileiro a tentar uma negação.

Lula proferiu a irresponsabilidade de opinar que a Argentina corre "risco" de ser governada pela "extrema direita", em clara referência ao deputado e economista com maior projeção nas pesquisas para chegar à presidência em 22 de outubro ou no segundo turno em novembro. Milei é amigo de um dos principais rivais políticos do presidente brasileiro.

Apesar de a eventual chanceler do Libertad Avanza, Diana Mondino, já ter tentado trazer calma à embaixada brasileira comandada hoje por Julio Bitelli e de, juntamente com o economista Dario Epstein, percorrerem a sede diplomática para equilibrar as expressões extremas do líder libertário, o fogo com Brasília não está apaziguado. Milei reagiu na quarta-feira de vários lados: "A casta vermelha treme. Muitos comunistas raivosos e com ações contra mim e meu espaço. A liberdade avança. Viva a liberdade, porra".

A manchete devastadora dizia: "Lula trabalhou em uma operação para um banco emprestar um bilhão de dólares à Argentina e bloquear o avanço de Milei". Em repetidas vezes  Milei manteve em sua campanha promessas de que, se chegasse ao poder, não seria associado ao que chamou de "comunistas". Na mesma bolsa, colocou a China e o Brasil de Lula, a quem rotulou abertamente como tal, em suas trocas nas redes sociais. E apontou como um dos líderes com "vocação totalitária" .O empréstimo aprovado no CAF foi uma ponte para a Argentina obter outro empréstimo de US$ 7,500 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI). Foram 1 bilhão de dólares que se somaram a outros US$ 700 milhões que o Catar contribuiu e que serviram para que o país não caísse novamente em calotes de dívidas. Foi uma ponte para a Argentina obter outro empréstimo de US$ 7,500 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI)

A escalada Lula-Milei ocorre no contexto em que não há uma boa imprensa em relação a este país no Brasil. Todas as tentativas de Lula de ajudar a Argentina perante o FMI, o G20 são recebidas com indiferença. E todas as tentativas de Lula de ajudar os exportadores de seu país a enviar seus produtos para a Argentina com alguma garantia para que não percam esse mercado são acompanhadas de comentários críticos ao kirchnerismo e ao fracasso da Argentina em cumprir seus compromissos externos, ainda mais agora que o Estado está falido e sem dólares. Inflação, desvalorização e pobreza fazem parte do sintoma. A estratégia petista deu errado e Milei deve ser muito provavelmente o futuro presidente, agora com a boa ajuda do mandatário levar ao povo argentino a ideia que tentou decidir a eleição que seria "a soberania do povo em decidir seu rumo", frase muitas vezes usada para defender Masuro em suas eleições maquiadas cheia de inabilitações de opositores. Fora presos políticos.

Uma nova enquete eleitoral desta sexta-feira (6) do instituto  Opina mostra quadros que analisa o potencial eleitoral dos dois cinco candidatos que sucederão nos quadrinhos gerais: também duas referências Milei, Massa e Bullrich, ou o peronista moderado (e Córdoba) Juan Schiaretti e Myriam Bregman, da Frente de Esquerda, usando tecnologia eleitoral, que é composta pelo voto seguro + ou pelo voto provável. Ou combo completo com rejeição (“Nunca votei nele”) resultou seguintes dados

1) Milei: Teto de 55% (27% de votos seguros + 28% de votos prováveis) e 45% de rejeição.

2) Bullrich: Teto de 48% (17% de votos seguros + 31% de votos prováveis) e 52% de rejeição.

3) Massa: Teto de 39% (18% de votos seguros + 21% de votos prováveis) e 61% de rejeição.

4) Schiaretti: Teto de 37% (6% de votos seguros + 31% de votos prováveis) e 63% de rejeição.

5) Bregman: teto de 30% (3% de votos seguros + 27% de votos prováveis) e 70% de rejeição.

Uma situação melhor que no El PASO de 13 de agosto, La Libertad Avanza (Milei) liderou com 29,8%, seguido por Juntos para Cambio (Bullrich + Horacio Rodríguez Larreta) com 28% e Unión por la Patria (Massa + Juan Grabois) com 27,3%. Com esse pano de fundo das primárias, mais a média das mais 20 pesquisas, permanece um cenário de segundo turno. Para vencer no primeiro turno é preciso atingir 45% ou estar entre 40% e 44,9% e pontuar 10 ou mais no segundo turno.Lula só ajudou Milei e enfrentará um adversário que deve controlar o Mercosul, junto com governos conservadores do Paraguai e Uruguai.

Por Tulio Ribeiro

 

 

 

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