Enfim, como esperava o governo, com o placar de 5 a 2 o TSE formou maioria e deixou inelegível Jair Bolsonaro até 2030. Lula ficou de alma lavada em inabilitar seu adversário que venceu apenas com 0,7% dos votos com uma frente que incluiu todas ideologias, contra o conservadorismo. Teve deputado petista postando foto comendo pipoca e saboreando outros ventos para poder da legenda, muitas propagandas revanchistas nas redes sociais e um clima de sexta-feira festiva.
"Acredito que tenha sido a primeira condenação por abuso de poder político. Acredito que esse tenha sido meu crime, um crime sem corrupção. Desde que assumi falaram que eu ia dar golpe. Hoje levei mais uma punhalada, mas quem foi ferido não fui eu, foi a democracia. Acompanhamos as eleições, a maneira como TSE agiu e proibiu até de fazer live na minha casa", argumentou Jair Bolsonaro ainda que vai ao recorrer ao Supremo Tribunal Federal. Apoiadores de Bolsonaro dizem que julgamento no TSE foi político e sem embasamento legal
Mas o processo teve fato importante contra decisão, a Procuradoria-Geral da República insinua que Alexandre de Moraes autorizou procedimentos ilegais decretou prisões sem fundamento e tentou promover o que na Justiça se chama de “pesca probatória”. Segundo a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, justificativa plausível para a prisão preventiva do ex-ajudante de ordens e de outros dois ex-auxiliares de Jair Bolsonaro também envolvidos no caso das carteiras de vacinação, Max Moura e Sérgio Cordeiro. “Os elementos apontados são por demais incipientes a recomendar quaisquer diligências ou medidas em face dos investigados, sob pena de se validar a pesca probatória, à semelhança de outras investigações em curso no âmbito do Supremo Tribunal Federal”.
Lula assim completa uma fase com ajuda de indicados ou aliados nos tribunais que desconstrói sua frase "que não tinha tempo para o ódio". Se a condenação no TSE foi em defesa das democracias, Lula se beneficiou, mas confundiu a definição: “Democracia é um conceito relativo”, disse esta semana ao ser questionado sobre a Venezuela. Em entrevista à Rádio Gaúcha, na manhã desta quinta-feira (29), o presidente Lula (PT) relativizou as numerosas violações à democracia, aos direitos humanos e às liberdades individuais em curso na Venezuela, governada pelo ditador Nicolás Maduro, aliado do petista. Ao ser questionado sobre por que o atual governo evita considerar a Venezuela uma ditadura, Lula disse que o país tem mais eleições do que o Brasil, ao passo em que foi interrompido pelo jornalista Rodrigo Lopes: “Mas eleições não garantem a democracia, né?”. O petista, então, respondeu
“Deixa eu lhe falar uma coisa, o conceito de democracia é relativo para você e para mim. Eu gosto de democracia, porque a democracia que me fez chegar à presidência da República pela terceira vez”. Em seguida, Lula afirmou que haveria eleições neste ano na Venezuela e convidou a rádio para enviar equipe para saber se o pleito seria legítimo. Lula ainda não explicou os padres presos na Nicarágua, governada por um aliado, que o próprio Papa Francisco lhe pediu interceder
No mundo de metamorfose que vive Lula ele achou tempo para minimizar as contundentes críticas do jornal francês Libération, que o chamou de “decepção” e de “falso amigo do Ocidente”. O texto destacou que, no cenário internacional, Lula era esperado como um “messias”, mas não passou de uma miragem ou uma imagem embaçada. As respostas ao jornal foram feitas em entrevista à imprensa no sábado 24. Lula afirmou que entende as críticas em relação ao posicionamento do Brasil sobre a guerra na Ucrânia. “Eles estão no centro da guerra e eu estou a 14 mil quilômetros de distância. Então é muito normal que eles estejam muito mais nervosos". Lula se diz intermediário com a proposta de paz, mas não foi nem recebido por Volodymyr Olexandrovytch Zelensky na reunião do G20 nem por Vladimir Putin.
Definitivamente, o mundo descobriu o Lula ou acabou o amor, pois a mídia internacional agora usa de sarcasmo com Lula por críticas a refeições no exterior. Petista disse que não come nem bebe bem em viagens ao estrangeiro. Após proferir comentários positivos a Lula durante as eleições do ano passado, a mídia internacional agora ironiza o petista, por críticas do presidente a refeições servidas no exterior em missões diplomáticas.“Almocei com os presidentes Emmanuel Macron e Sérgio Mattarella”, disse Lula. “Duas comidas de palácio que não são essas coisas. Em nenhum lugar do mundo a comida do palácio é boa. Tenho brigado com o Itamaraty para melhorar a comida, porque tem dia que a comida não está boa.”. Ocorreu em entrevistas regulares, 'Conversa com o Presidente', uma cópia das 'lives' de Bolsonaro
Foi de imediato que a agência de notícias Bloomberg publicou o título sobre o tema: “Última gafe de Lula é criticar comida que recebeu na Itália e na França”. Na continuação reporta que “líder diz que refeições na Europa não foram tão boas”. O site alemão Político noticiou: “Lula se queixa da comida de palácio francesa e italiana” e acrescentou que o presidente ficou descontente com o tamanho das porções”. Já os italianos, através dos periódicos como IL Tempo, produziram títulos mais ousados, a exemplo de “Lula não esconde a decepção: porções pequenas em almoço no Palácio do Quirinale”. Enquanto isso, o Globalist disse que “Lula (citando falta de ponderação) se diz decepcionado com a culinária do Quirinale e do Élysée”. Destacaram ainda ironicamente as falas de Lula a respeito dos pratos, como “tudo é pequenininho, não tem uma bandejona para você escolher” e “pode ser gulodice, mas eu gosto de quantidade”. Também “tudo é muito sofisticado, às vezes você nem sabe o que é”.
É triste um presidente eleito para governar se concentre em viagens e vinganças. Ao se deliciar com inelegibilidade do adversário, arma que usaram em 2018 contra ele, repita seus algozes; e pior, ainda reclame da comida quando o petista afirma que o Brasil tem 33 milhões de pessoas passando fome. Mas dubiedade de Lula veio mesmo foi em discurso com sua presidenta de partido. Segundo ele, se referindo a esquerda, para quem considera o PT a esquerda, "nós devemos tentar discutir nossos erros para tentar corrigi-los companheira Gleise, mas não acho que a gente possa ficar criticando um aos outros", e completou verbalizando que as críticas na esquerda sejam de forma pessoal e não pública. Quais os erros da esquerda, Lula e Gleise guardam? Quanto de gravidade tem ou pesam nas suas costas?
Por Tulio Ribeiro