Precisamos de menos reservas cambiais e mais desenvolvimento Socioeconômico para população

centralEm termos financeiros podemos abordar que as reservas em moeda estrangeira são vitais para o bem-estar econômico de uma nação. Sem reservas cambiais adequadas, num mundo capitalista e globalizado, um país pode não conseguir pagar importações críticas, como petróleo bruto, ou pagar sua dívida externa. Reservas inadequadas também podem limitar as respostas disponíveis de um banco central no caso de uma crise econômica.

Outra funcionalidade é que as reservas em moeda estrangeira também podem ser usadas para controlar as taxas de câmbio, o que, por sua vez, afeta o comércio global. Se uma moeda, fixa ou flutuante começa a se desviar de sua taxa desejada em relação a uma moeda estrangeira, o banco central pode comprar e vender reservas conforme necessário para restaurar a taxa de câmbio pretendida

Devemos destacar moedas estrangeiras não são a única forma de ativo à disposição do governo. O Fundo Monetário Internacional (FMI) define as reservas estrangeiras como ativos externos que a autoridade monetária de um país pode usar para atender às necessidades de financiamento do balanço de pagamentos, afetar as taxas de câmbio nos mercados de câmbio e outros fins relacionados. Esses ativos podem incluir ouro, direitos de saque especiais (SDRs) e posições de reserva no FMI. No entanto, a moeda estrangeira é o ativo mais abundante na maioria das reservas estrangeiras, e a maioria das nações detém a grande maioria de suas reservas em dólares americanos, seguidas por euros e ienes japoneses. Portanto as reservas cambiais são ativos denominados em moeda estrangeira mantidos pelo governo ou banco central de um país.

Isso pode incluir moedas estrangeiras, títulos, títulos do tesouro e outros títulos do governo.

A questão que se apresenta, e que se mostra uma problemática que penaliza a economia real para um possível  esenvolvimento que poderiam trazer ganhos a população, é que última década testemunhou um aumento substancial nas reservas de divisas (doravante reservas) dos bancos centrais. O nível de reservas globais atingiu um pico de USD 10,2 bilhões no final de 2011, o que representa cerca de 15 por cento do PIB mundial. Esse aumento é impulsionado principalmente pelos bancos centrais dos países em desenvolvimento. Conclusivamente o excesso de reservas cambiais para alimentar o sistema financeiro pode na prática gerar fome para indivíduos que vivem de produzir.

Deve-se analisar o custo de manter reservas e seus benefícios e prejuízos potenciais. Por um lado, uma conjectura popular retrata as reservas como uma garantia implícita contra empréstimos. Segundo o argumento, um alto nível de reservas reduz o prêmio de risco associado às vulnerabilidades financeiras dos mercados emergentes e em primeira importância a disponibilidade de recursos para desenvolver países ainda

necessitados em alcançar condições dignas para sua população.

Nesta linha de raciocínio, a acumulação de reservas é dispendiosa por duas razões. Em primeiro lugar, esses fundos poderiam alternativamente ser canalizados para investimentos menos líquidos, mas mais produtivos. Em segundo lugar, sob a presunção de que a maioria dos mercados emergentes são grandes tomadores de empréstimos nos mercados internacionais, o spread positivo entre as taxas de empréstimo e o retorno sobre as reservas é um fator desencorajador para o acúmulo de reservas. A remuneração sobre as reservas são baixas em relação a possibilidade de rentabilidade produtiva.

A título de informação segue as dez maiores nações em reservas que nos mostra um demasiado valor em bilhões de dólares (junho 2022).:China $ 3.480 Japão $ 1.376, Suíça $ 1.033, Rússia $ 630, Índia $ 599, Taiwan $ 548 (em 31 de dezembro de 2021), Hong Kong$ 504, Arábia Saudita $ 451, Coreia do Sul $ 449, Cingapura $ 365. Ainda se pode numa análise política unir China e Hong Kong. As reservas em moeda estrangeira dos Estados Unidos, que são principalmente euros e ienes, foram avaliadas em $ 242 bilhões no segundo trimestre de 2022.Mas os EUA são os emissores do dólar, ainda a moeda mais usada.

É, portanto, plausível que nações possam utilizar parte de suas reservas para defender sua economia, mas também gerar desenvolvimento interno

para sua população em projetos que possam estruturar melhor sua cadeia produtiva e  distribuição de renda. Portanto devemos olhar que essa estrutura de custo-benefício amplamente aceita para reservas é inadequada, uma vez que levamos em consideração as restrições endógenas de empréstimos. Os países em desenvolvimento estão financeiramente limitados nos mercados de empréstimos internacionais, apesar de suas altas necessidades de empréstimos. Uma solução para superar essas restrições é fornecer garantias contra empréstimos. As reservas, que consistem em instrumentos de alta liquidez com baixos rendimentos, desempenham o papel de uma garantia implícita conforme discutido acima. No entanto, manter reservas em excesso deixa menos recursos para investimentos mais produtivos. Isso reduz o ritmo da taxa de crescimento do patrimônio líquido e pode, por sua vez, intensificar a gravidade das imperfeições do mercado de maneira intertemporal.

A ideia é que os países, em desenvolvimento, de forma soberana. fornecem como sua estrutura econômica existente, e o patrimônio líquido, parte do qual é constituído por reservas, como garantia para financiar a lacuna entre o investimento e o montante emprestado. Assim beneficiando sua economia real, e que não sofram restrições de endividamento, já que o custo de manter reservas é maior em uma economia restrita do que em uma irrestrita, como resultado do efeito de alavancagem. Conclusivamente, menos reservas virtuais financeira e mais utilização em projetos viáveis de desenvolvimento sócio econômico em benefícios aos verdadeiros proprietários, a maioria da população.

Por Tulio Ribeiro

 

 

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