Na tentativa de inibir a violência e conflitos entre torcidas organizadas nas redondezas dos estádios de futebol, a Comissão de Direito Desportivo da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Sergipe (OAB/SE) iniciou debates e discussões para desenvolver políticas públicas e ações efetivas para pacificação nas praças esportivas do estado. O evento ocorre exatamente uma semana após o conflito entre torcidas organizadas nas redondezas da Arena Batistão antes do início da partida entre Confiança e Vila Nova válida pela série C do campeonato brasileiro, quando cerca de 30 torcedores foram detidos. A sessão de debates ocorreu na sede da OAB/SE, ontem, 13.
Para o presidente da Comissão de Direito Esportivo, Ramon Rocha, que teve a iniciativa de convidar representantes do Ministério do Esporte e da Associação Nacional das Torcidas Organizadas (ANATORG), o evento é importante passo para a política de paz nos eventos esportivos. “Através de debates vamos achar o melhor caminho para evitar a violência nos estádios, e este evento é fundamental para iniciar essa discussão”, pontua.
Em Sergipe, os torcedores que utilizam fardamento, instrumentos ou qualquer outro adereço que os identifiquem como torcida organizada estão sendo barrados na entrada dos estádios. A decisão foi do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE) que acatou pedido do Ministério Público Estadual (MPE), e só autorizará a volta das torcidas após cadastramento dos seus membros junto ao MPE.
O representante do Ministério do Esporte e coordenador geral de fiscalização e controle, Helvécio Araujo, defende as torcidas organizadas como elemento importante para o espetáculo do futebol, mas reconhece que membros, por vezes infiltrados, usam da instituição para praticar violência. “Precisamos implantar políticas públicas para acabar com essa cultura de violência que existe. Se houver a regularização das torcidas, isso será evitado porque sabemos da existência de membros que se infiltram e isso só é possível retirar com cadastramento”, opina.
Uma das principais torcidas organizadas do Confiança, a Trovão Azul está proibida de entrar nos estádios, mas representante da torcida entende que a decisão do TJSE é pelo melhor gerenciamento do futebol. “Com o cadastro, se tem controle de quem estás entrando no estádio. O jogo da última segunda-feira teve marginais infiltrados na nossa torcida que entraram na confusão antes do jogo. Por isso, cada membro, tendo seu RG e CPF registrados, estará colaborando para a paz. A promotora [Maria Helena] só fez ajudar com essa decisão, porque sabemos que ela quer a volta das torcidas, porém regularizadas”, afirma Alvaro Sobral, diretor geral da Trovão Azul.
A sessão de debates visa também conscientizar os torcedores membros de organizadas para utilizarem da instituição para promover a paz. “Entendo que as torcidas organizadas são importantes para a construção da paz e para o sucesso nas arquibancadas”, completou Flávio Frajola, vice de comunicação da ANATORG.
Fonte:Infonet
