A versão de 2015 do Palmeiras chama a atenção desde o início da temporada por causa da versatilidade. Com muitos atletas com características de desempenhar mais de uma função, Oswaldo de Oliveira tem trabalhado para dar uma identidade ao time com base nas variações táticas disponíveis no atual elenco alviverde.
No último sábado, no empate em 2 a 2 entre o Verdão e o Atlético-MG, Zé Roberto iniciou a partida como lateral, mas foi uma espécie de curinga dentro de campo. Apesar de apresentar problemas na marcação, o capitão se lançou ao ataque e se mostrou presente até pelo lado direito. O desempenho rendeu elogios do comandante.
– O personagem principal foi o Zé, mudou de posição três vezes, continuou lutando, estimulando, bateu o escanteio do primeiro gol. Todos eles participaram com muita luta e determinação. O Rafa, claro, fez o gol, foi importantíssimo, o Kelvin fez o passe, mas acho que podemos distribuir – avaliou Oswaldo de Oliveira.
Apesar de ter afirmado na semana passada que prefere atuar na lateral, Zé Roberto pode ser deslocado para atuar mais avançado. Além do bom desempenho ofensivo, o jogador terá agora a concorrência de Egídio, que estreou no último sábado.
Não é só Zé Roberto quem pode desempenhar mais de uma função em campo no Palmeiras. Jogadores como Gabriel, Robinho e Rafael Marques já mostraram que podem ser "curingas" no Verdão
– Deixo o professor Oswaldo decidir. Vim para ajudar o Palmeiras da melhor forma. Estou focado. Joguei pouco tempo na estreia, mas daqui a pouco chego ao condicionamento certo. O que mais quero é ajudar o Palmeiras. Vou trabalhar bem firme para ganhar confiança. Veio o Egídio de 2013 e 2014. Em 2015, vem um Egídio que o público já conhece: que sabe jogar bola e ajuda os companheiros a fazer gol – afirmou Egídio.
Na defesa, Robinho foi recuado para ocupar a vaga do lesionado Arouca e atuar mais fixo na marcação. Com liberdade para avançar, Gabriel por muitas vezes tem entrado em campo como o único marcador da equipe, sobrecarga que acabou prejudicando o Verdão nas finais do Paulistão e diante do Galo.
Entrosada, a dupla defende a escolha de Oswaldo de Oliveira e não vê necessidade de alterações para terça-feira, quando o Palmeiras recebe o Sampaio Corrêa na arena, pela Copa do Brasil.
– Eu gosto de jogar ali. Às vezes complica porque enfrentamos um time como o Atlético, de velocidade o tempo todo. Eu não tenho essa característica de marcar e acabo me sacrificando um pouco, tentando ajudar da melhor maneira possível. Mas eu gosto de fazer (a função defensiva) – avaliou Robinho.
– Robinho ajuda bastante na marcação também. O Atlético tinha um homem a mais no meio de campo e por isso que ficava muitas vezes com a posse de bola. Agora é trabalhar. O Robinho ajuda muito na marcação e na saída de bola. Quem o Oswaldo escalar vai ser a melhor equipe. Eu joguei muitas partidas com o Robinho. Não vejo que tem de mudar a equipe. O time inteiro ajuda na marcação – completou Gabriel.
Outro que tem desempenhado papel importante é Rafael Marques. Contratado para atuar no meio de campo, ele já foi deslocado para atuar como referência e, na necessidade, exerce tal função em determinadas partidas. No último sábado, mais próximo da área, o atleta apareceu para igualar o placar nos acréscimos da partida.
Mas, mesmo com os sete gols marcados em 2015, ele mantém os pés no chão e não esconde de ninguém a preferência em atuar mais recuado, como armador.
– Já pediram para o Zé jogar no meio, para eu jogar de centroavante... No decorrer da partida às vezes muda porque é preciso. Já deixei bem claro que a minha função é jogar na linha de três e quando tiver oportunidade aparecer na área. Se eu estivesse de centroavante, eu não faria o gol porque teria de fechar e puxar espaço para outro meia. É nessa posição que eu me sinto bem e sempre joguei. Quando for preciso dentro do jogo, vamos fazer o que o Oswaldo nos pede – disse Rafael Marques.
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