O que se viu essa noite no Maracanãzinho foi uma verdadeira aula de ataque dada pelas comandadas de José Roberto Guimarães. Sheilla, Natália e Fernanda Garay foram as professoras. A entrada de Jaqueline, ainda no segundo set, deu estabilidade ao passe, permitindo que Dani Lins passasse a jogar com Thaísa e Fabiana. Um verdadeiro arsenal composto de ataques potentes, largadas, exploradas no bloqueio… Teve para todos os gostos!
O bloqueio brasileiro, que começou chegando atrasado, demorou um set para se acertar. Quando conseguiu pegar o tempo de bola das russas, tirou Kosheleva e, principalmente, Goncharova do jogo. Detalhe é que muitos dos pontos nesse fundamento não foram feitos por Thaísa ou Fabiana, a quem, em teoria, cabe essa função – na verdade, as centrais fizeram um trabalho tão importante quanto, mas mais discreto, que foi segurar as meios russas. Trata-se de um claro sinal da qualidade da tática proposta pelas donas da casa.
O saque também foi evoluindo ao longo da partida – Sheilla, que vinha sendo (justamente) criticada pelo excesso de vezes em que pisava na linha, dessa vez não cometeu nenhuma falha. Ela nem sequer sacou na rede e ainda conseguiu três aces. Dani Lins e Fabiana também incomodaram demais a recepção russa. O “único'' porém da seleção fica por conta do nível de concentração, que caiu no fim do segundo e do terceiro set e só não colocou o 3 a 0 em perigo porque a vantagem aberta já era grande em ambas as etapas.
Mas não há tempo para comemorar: nas quartas, o duelo é contra a perigosíssima China, uma das cotadas à medalha de ouro, na terça, às 22h15. É verdade que as asiáticas são uma das decepções do torneio de vôlei feminino da Rio 2016 até agora, mas o próprio Brasil provou em Londres 2012 que nunca se deve dar brechas para uma seleção de alto nível. Time para ganhar as chinesas têm, ainda mais em um jogo único, mas não há dúvidas que as brasileiras chegam como favoritas, com a moral lá em cima. Estão jogando para ser tricampeãs. Basta não se enrolar.
Fonte: Uol