Fred é centroavante. Carrega a camisa 9 que marca os goleadores e, com o perdão do clichê, vive de gols. Coisa que ele gosta de fazer contra o Botafogo. O capitão tricolor é o carrasco do Alvinegro. São 11 em 17 partidas contra o rival, sua maior vítima. No último confronto, em 8 de março, fez mais um (veja no vídeo abaixo). Foi na vitória por 3 a 1, pela oitava rodada. O gol ainda foi histórico: tornou-se o maior artilheiro do novo Maracanã, com 21 bolas na rede - hoje já tem 22.
Capitão de uma equipe que passou por uma profunda renovação após a saída da ex-patrocinadora, tornou-se astro solitário quando outros medalhões saíram, principalmente Darío Conca. A responsabilidade aumentou, e a relação com o clube também. Fred renovou contrato por quatro anos e, aos 31, pretende se aposentar nas Laranjeiras.
Jobson é atacante. Homem de velocidade, que dá um tapa na bola, dispara atrás dela e boa sorte ao marcador que tiver que tentar pará-lo. Usa a camisa 7, a de Garrincha, que para os botafoguenses tem muito mais peso que a 10. Com a camisa alvinegra, marcou apenas um gol no Fluminense. Também foi naquela derrota do dia 8 de março (veja no vídeo abaixo).
Aos 27 anos, Jobson não tem o mesmo peso da liderança de Fred. No Botafogo, esse papel é do goleiro Jefferson, que está fora da semifinal por lesão. Mas a capacidade técnica faz dele um ícone no grupo, que também foi totalmente reformulado depois do rebaixamento para a Série B do Brasil no fim de 2014. De uns tempos para cá, passou a comemorar com o "eu tô aqui!" do craque português Cristiano Ronaldo. E é nele que os alvinegros apostam. Se Fred coleciona gols, Jobson tem uma lista de problemas disciplinares. Suas dispensas quase sempre ocorrem porque ele apronta algo.
Fred alcançou o auge da carreira em 2014. Titular da seleção brasileira, ganhou de Luiz Felipe Scolari a chance de vestir a 9 do Brasil numa Copa do Mundo em seu país. Mas tudo deu errado. Fez só um gol no Mundial e o resto da história todo mundo sabe: Brasil, Alemanha, semifinal, derrota, 7 a 1... A recuperação foi no Fluminense. Abraçado pelo clube e pela torcida, reagiu. Foi artilheiro do Brasileirão com 18 gols. O desempenho deu força ao centroavante para começar 2015 em alta e foi mantido. Hoje, ele é o goleador do Carioca, com 9 gols. Mas não está sozinho. Marcelo Cirino e Alecsandro, do Flamengo, e Rodrigo Pinho, do já eliminado Madureira, também têm nove.
Jobson é só o oitavo na lista de goleadores do Carioca, com seis gols, mas tem jogado bem. Titular absoluto hoje em dia, começou a temporada lá atrás, no fim da fila. Como ele já havia tido problemas disciplinares com o René Simões no Bahia, o treinador o deixou de lado na pré-temporada. Nos primeiros treinos em Várzea das Moças, era o único atacante do elenco que não era testado no time titular. Saiu atrás de Bill, Pimpão, Sassá, Henrique, Tássio e Murilo.
Mas o espaço foi retomado aos poucos. Os elogios voltaram, principalmente da preparação física. Jobson sempre puxava as filas e mostrava disposição. Com a lesão muscular de Rodrigo Pimpão, logo no quarto jogo do Carioca, entrou e não saiu mais. Marcou seis gols e é o artilheiro do time na competição. Na temporada, incluindo Copa do Brasil, Bill tem sete.
O comportamento de Jobson também melhorou. Liberado pela comissão técnica de um treino para resolver problemas particulares em Brasília, ele mandou por mensagem de celular uma foto ao lado do filho no aeroporto para René Simões, antes de retornar de viagem. Ao contrário de Fred, que firmou um vínculo longo, o contrato de Jobson com o Botafogo vai até 24 de junho. As duas partes já manifestaram o desejo de renovar, mas o acerto se arrasta.
Jobson faz o estilo moleque travesso no Botafogo. Hoje, Fred, como o próprio se classifica, está mais para um "tiozão" no Fluminense, já que é referência para os garotos que saíram da base recentemente. Não significa que decidirão o clássico, mas não dá para negar que com eles o caminho fica um pouco mais curto.
Fonte: Globoesporte