Dudu não bateu pênalti na disputa desta quarta diante do Santos; o atacante estava aos prantos, depois de marcar os dois gols da vitória por 2 a 1 e correndo risco de ver tudo desabar nas cobranças. Seus companheiros de Palmeiras não deixaram isso acontecer, e garantiram a conquista da Copa do Brasil – para o camisa 7, o título foi uma redenção em um ano que poderia ter sido melancólico.
Dudu chegou ao Palmeiras cercado de expectativas: preço de 6 milhões euros e uma disputa ferrenha, com troca de farpas públicas entre o estafe do jogador e os rivais São Paulo e Corinthians. Tudo indicava que seu destino seria o Morumbi, mas, de última hora, desembarcou na Academia de Futebol.
O Campeonato Paulista foi bom, mas algumas oscilações já geraram as primeiras questões sobre o alto investimento e a disputa pelo reforço mais badalado do futebol paulista em 2015. Na final, diante do mesmo Santos, aconteceu o fato que por pouco não acabou com o ano de Dudu.
O camisa 7 perdeu um pênalti na primeira partida; na segunda, foi expulso e acabou empurrando e ofendendo o árbitro Guilherme Ceretta de Lima. Em campo, viu o alvinegro da Baixada levantar a taça de campeão estadual; fora, foi suspenso pelo Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo por seis meses.
A punição teria tirado o atacante de praticamente todo o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. O departamento jurídico do Palmeiras, entretanto, conseguiu reverter – depois de adiar o julgamento várias vezes, conseguiu um acordo que reduziu a pena para quatro jogos.
Neste meio tempo Dudu se tornou a principal arma ofensiva do time – 15 gols e 13 assistências, participação em mais de 25% dos gols palmeirenses – e despontou como um dos melhores reforços dos clubes grandes paulistas.
"Muito feliz por dar essa reviravolta. Eu entrava em campo e lembrava daquele pênalti que eu errei no Paulista, do segundo jogo que fui expulso, muitos me criticaram. Busquei apoio na família, nos meus amigos, na comissão técnica. Estou muito feliz com esse momento, espero continuar essa história no ano que vem", desabafou, após a conquista.
Ao defender Dudu no TJD, o Palmeiras alegou que a pressão pelo alto valor gasto na contratação e a disputa com os rivais tinha pesado no psicológico de um jogador de apenas 23 anos. Quando Prass mandou para as redes o pênalti decisivo nesta quarta, todo esse peso saiu junto com as lágrimas do camisa 7 palmeirense.
O caminho foi longo e teve obstáculos, mas Dudu terminou 2015 justificando – e como – o investimento, e começará 2016 como a principal referência do ataque palmeirense e um dos heróis de um título fundamental no resgate da autoestima e história vitoriosa do alviverde.
Do UOL, em São Paulo