Dez anos depois de deixar o Brasil para jogar no exterior, Grafite está de volta. Aos 36 anos, retornou justamente ao time que lançou seu nome no país: o Santa Cruz. E logo na sua reestreia ele mostrou a que veio – marcou de cabeça contra o Botafogo no último sábado e deu a vitória à torcida coral que lotou o Arruda.
Com a bagagem cheia de títulos, experiência na Europa e passagem pela seleção brasileira, Grafite poderia ter escolhido outros clubes para voltar a jogar no futebol nacional. Poderia, aliás, estar jogando na série A do Brasileirão. Poderia…
"Quando eu cheguei de férias no Recife, não vim com o intuito de voltar. No dia 5 de julho eu voltava para Dubai, quando eu me encontrei com o pessoal do Santa a gente fez uma primeira reunião. Em janeiro eu tinha proposta do Coritiba para voltar, eu sempre dizia que dependendo da proposta eu podia conversar. Quando eu já tava aqui no Recife, uma pessoa também me ligou perguntando se eu aceitaria jogar pelo Vasco, como eu tava, se me agradaria. Uma semana depois, a conversa com o Santa continuou e tivemos um acordo. Eu priorizei ficar perto da família, se fosse para voltar seria pro Santa", contou ao UOL Esporte.
Mas por que, Grafite?
"Foi no Santa que apareci para o futebol brasileiro, fiz 11 gols em 15 jogos em 2002 e isso ficou marcado. O fato de eu ter chegado à seleção, ter feito nome na Europa, ter ganhado títulos com o São Paulo, eu devo ao Santa. É uma parceria pra fora de campo, pra trazer mais sócios ao clube, reestruturar o marketing, é uma responsabilidade muito grande que eu tenho que administrar", acrescentou Grafite, cujo retorno ao Arruda já motivou aumento de 100% no número de sócios do clube.
"Eu conversei com minha esposa, botei na balança e achamos interessante. Pesou bastante o fato de voltar pra Recife", disse ele, que nasceu em Jundiaí, em São Paulo, mas fincou raízes na capital pernambucana.
Recife, aliás, recebeu Grafite de braços abertos. Segundo ele, o carinho dos torcedores é muito grande – e não só dos tricolores. Até torcedores do maior rival, o Sport, chegaram a comemorar a volta do número 23.
"Eu tava jantando depois do jogo e um torcedor parou o carro: 'Torço pro Sport, mas gostei bastante da sua volta'. Aí eu vi que eu tinha um carinho muito grande. Me surpreendeu. Não só no Santa, mas em Pernambuco. Eu vejo a movimentação, todo mundo falando comigo, os outdoors na rua…"
Do UOL, em São Paulo