Brasileirão afunila entre Bota e Palmeiras

capa blog 1O Botafogo é o melhor time do ano no Brasil até o momento. Mas o Palmeiras tem vantagens práticas na briga pela taça.

Faltando 12 rodadas (ou mais, para alguns clubes) para acabar o Brasileirão, não é possível descartar equipes como Fortaleza ou Flamengo da briga pelo título. A história ensina que o campeonato é pródigo em arrancadas finais – o São Paulo de 2008, o Flamengo de 2009, o Palmeiras no ano passado. Mas também é preciso respeitar o que diz o momento. E ele mostra Botafogo e Palmeiras despontando para brigar palmo a palmo pela taça.

São dois times diferentes: um ainda em processo de revolução interna após virar SAF, o outro com um projeto consolidado; um dividindo atenções com mais uma competição, o outro totalmente focado no Brasileiro; um se mostrando capaz de superar frustrações recentes, o outro sustentado por um impressionante histórico de alta competitividade.

Considero o Botafogo o melhor time do ano no Brasil até agora. Se a CBF baixasse hoje um decreto encerrando o campeonato, o título estaria nas melhores mãos. Gosto da combinação entre a força física defensiva (a dupla de zaga, Gregore) e o talento ofensivo (Thiago Almada, Luiz Henrique, Igor Jesus). É um time que sabe trabalhar a bola, que tem entendimento entre volantes e meias, mas que também é vertical, agressivo. E ainda reforçou as laterais – incluindo a chegada de Alex Telles, um jogador de seleção brasileira.

E o Palmeiras é uma máquina de títulos, é a equipe de maior força mental no Brasil. Tem um treinador que domina como ninguém as potencialidades do elenco – o que faz o time jogar com naturalidade, com automatismo. A reação após a queda na Libertadores, justamente para o Botafogo, é impressionante. São quatro vitórias seguidas no Brasileirão, com 14 gols marcados e apenas um sofrido.

A tabela mostra caminhos parecidos para Botafogo e Palmeiras até o fim do Brasileirão, com diferenças sutis. O Alvinegro terá sete jogos contra times da metade inferior da tabela; o Alviverde terá seis. O Botafogo terá dois clássicos; o Palmeiras terá um. Se somarmos a atual posição dos 12 adversários finais e dividirmos por 12, é como se o Botafogo enfrentasse um time entre o 11º e 12º lugar, ao passo que o Palmeiras pegaria uma equipe entre o décimo e o 11º.

As próximas rodadas podem ser decisivas para o Botafogo abrir vantagem na liderança. O time carioca pega, na ordem, o 16º (Fluminense), o 14º (Grêmio), o 13º (Athletico), o 15º (Criciúma) e o 12º (Bragantino). O Palmeiras, na mesma ordem, enfrenta Vasco (oitavo), Atlético-MG (décimo), Bragantino (12º), Juventude (11º) e Fortaleza (terceiro). Não é uma diferença brutal, mas é uma diferença.

Dois pontos, porém, me parecem mais importantes do que o desenho da tabela. E ambos são vantajosos para o Palmeiras.

O primeiro é a dedicação exclusiva que o time de Abel Ferreira dará ao Brasileirão, ao passo que o Botafogo mergulhará de corpo e alma na luta por sua primeira Libertadores. Esta semana, enquanto o elenco alvinegro estiver se matando em campo contra o São Paulo pelo torneio continental, os jogadores do Palmeiras estarão descansando.

E o segundo é o confronto direto. Lá na 36ª rodada, o Palmeiras receberá o Botafogo no Allianz Parque. Hoje, a diferença é de três pontos, com uma vitória a mais para os cariocas, mas saldo favorável para os paulistas. Neste cenário, uma vitória faria o Palmeiras assumir a liderança.

São apenas projeções, e fazê-las é uma das delícias do futebol. Resta cerca de um terço do campeonato para ser disputado – é uma eternidade. Daqui a menos de três meses, este texto pode ter envelhecido, o campeão pode ser outro (talvez o Flamengo, talvez o Fortaleza, talvez outro), e não ficaremos exatamente perplexos. Afinal, é o Brasileirão.

Globo Esporte

 

 

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