Gols inesquecíveis, fama de carrasco e carisma: entenda como um atacante que chegou sem tanta badalação ganhou status de ídolo eterno do Fluminense
Dia 3 de fevereiro de 1991. Há exatas três décadas, em uma tarde ensolarada nas Laranjeiras, estreava pelo Fluminense um atacante que anos depois ganharia status de super-herói com a camisa tricolor: Ézio, ou melhor, Super Ézio.
Para celebrar a data, o ge preparou material especial sobre o atacante que marcou toda uma geração de torcedores. Aquele jogador que chegou ao clube de forma discreta logo virou ídolo, carrasco do arquirrival Flamengo e deixou no Tricolor um legado que permanece mesmo anos depois de sua morte, ocorrida em 2011, aos 45 anos, causada por um câncer. Em 9 capítulos, veja a trajetória de um camisa 9 inesquecível.
A grande expectativa de torcida e imprensa girava mesmo era em torno da contratação de Bobô. O meia-atacante com passagem pela seleção brasileira era destaque em todos os jornais da época e, inclusive, deu uma volta olímpica sob aplausos dos torcedores nas Laranjeiras antes mesmo de a bola rolar.
Com apenas 12 minutos de jogo diante do Palmeiras, a nova dupla mostrou seus cartões de visitas. Passe de Bobô pela esquerda, carrinho de Ézio e bola na rede. Marcelo Gomes, Julinho e o próprio Bobô, de pênalti, completaram a vitória do Flu por 4 a 2.
Bobô foi quem teve maior destaque das manchetes dos jornais no dia seguinte: "Fluminense encontra seu ídolo", estampou "O Globo". O baiano ficou dois anos nas Laranjeiras, mas não chegou a virar ídolo do clube. Privilégio que coube a Ézio.
Ézio rapidamente mostrou sua veia goleadora com a camisa do Fluminense. Ao marcar 15 gols no Carioca de 1992, quebrou um jejum de 12 anos do clube sem artilheiros em competições oficiais. O último havia sido Cláudio Adão no estadual de 1980.
Ao todo, o atacante marcou 119 gols em 236 jogos com a camisa do Fluminense entre 1991 e 1995, média de um gol a cada dois jogos. Por anos, ele figurou no top 10 dos maiores goleadores da história do clube, até ser ultrapassado por Magno Alves e Fred neste século. Atualmente, ocupa a 11ª posição do ranking em jogos gerais, a oitava colocação em jogos oficiais (102 gols) e é o quarto em Brasileiros (33 gols).
Sua história também está entrelaçada com as Laranjeiras. Com 44 gols, é o artilheiro do estádio na “era moderna”, pós-construção do Maracanã, e oitavo maior goleador do local em todos os tempos.
Por Cauê Rademaker e Felipe Siqueira – Rio de Janeiro