Contrato de empréstimo previa obrigação de compra por parte da Raposa; vínculo mostra acerto do Cruzeiro para pagar R$ 8 milhões em luvas para o lateral entre 2020 e 2021
Dodô aciona Cruzeiro na Justiça cobrando registro de contrato definitivo até 2023Dodô aciona Cruzeiro na Justiça cobrando registro de contrato definitivo até 2023
Dodô acionou o Cruzeiro na Justiça do Trabalho nessa segunda-feira, 24 de março. Diferentemente do que ocorre com outros jogadores do clube desde dezembro do ano passado, o jogador não cobra, neste momento, dívidas em atraso. O pedido da tutela de urgência é que ele possa voltar a treinar na Toca da Raposa. A audiência inicial entre as partes foi marcada para 02 de junho, às 09h (de Brasília), na 39ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte. E a gente explica, a seguir. A informação inicial foi divulgada pela Rádio Itatiaia, e o GloboEsporte.com teve acesso à ação.
É que Dodô chegou ao Cruzeiro em janeiro do ano passado, emprestado pela Sampdoria, da Itália. O contrato (assinado pelo ex-vice-presidente de futebol Itair Machado) era válido até 31 de dezembro de 2019 e previa a obrigação de compra por parte da Raposa, caso o lateral disputasse três jogos e o Cruzeiro fizesse 15 pontos no Brasileiro. Se as metas fossem cumpridas, o clube deveria assinar um vínculo definitivo com o lateral, com validade entre 1º de janeiro de 2020 e 31 de dezembro de 2023 (veja na imagem abaixo). Dodô fez 28 jogos em 2019, e o Cruzeiro somou 36 pontos na competição nacional. Ainda assim, a renovação não ocorreu.
Nos primeiros dias de pré-temporada, ele até fez parte do elenco de Adilson Batista, mas no dia 10 de janeiro parou de treinar com o grupo na Toca da Raposa. Desde então, está sem clube.
Em meio a este cenário, o jogador, representado pelo advogado João Chiminazzo, acionou a Justiça do Trabalho para tentar que a obrigação de compra por parte do Cruzeiro seja cumprida e ele volte a treinar com o elenco.
Inviabilidade financeira
Um dos motivos que fez com que Dodô não ficasse no Cruzeiro foi a questão financeira. O jogador, que estava na Itália desde 2012 e fez um bom 2018 com a camisa do Santos, chegou à Toca com o clube pagando R$ 330 mil em salários a ele, sem contar os direitos de imagem.
No caso da renovação obrigatória - e em definitivo -, o Cruzeiro deveria pagar 300 mil euros à Sampdoria, e jogador deveria seguir recebendo essa quantia de R$ 330 mil mensais, valor que corresponde a mais que 50% do teto de R$ 200 mil estabelecido como teto para o conselho gestor em 2020.
Além disso, o contrato assinado em janeiro de 2019 previa que, em caso de renovação, o Cruzeiro deveria pagar R$ 8,8 milhões em luvas ao jogador, em 18 parcelas, entre fevereiro de 2020 e dezembro de 2021. A quantia mensal variava entre R$ 366 mil e R$ 587 mil (veja na tabela abaixo).
Em contato com o GloboEsporte.com, o estafe do jogador confirmou os detalhes do processo. O Cruzeiro informou à reportagem, nesta quinta-feira, que não foi notificado no assunto.
Fonte: Por Guilherme Macedo * — de Belo Horizonte