Alex Santana é o melhor do Alvinegro, mas meio-campo sofre para acompanhar time de Fernando Diniz e pouco cria; Everaldo sobra, principalmente pelo lado esquerdo de ataque A torcida do Botafogo certamente deixou o Maracanã animada com a atuação de Diego Souza, que, no empate por 1 a 1 com o Fluminense, foi muito participativo, deu assistência e aguentou os 90 minutos. A atuação da equipe, porém, foi decepcionante, e o resultado deixou o Alvinegro praticamente fora do Carioca.
Diante de uma equipe propositiva como a de Fernando Diniz, o Botafogo foi envolvido na primeira etapa. Antes dos 30 minutos, o Fluminense chegou a registrar 70% de posse de bola (teve 60% durante a partida inteira).
Zé Ricardo explicou na coletiva pós-jogo que buscou alternar as linhas, ora trabalhando com marcação alta, ora com bloco baixo. Mas, quando o Botafogo tentava interceptar a arriscada troca de passes do Fluminense perto de sua área, era surpreendido nos contra-ataques e com bons lançamentos. Assim, Everaldo sobrava.
O gol do Flu era questão de tempo e saiu em erros bobos. Everaldo passou com muita facilidade por Marcelo, destaque alvinegro nos últimos jogos, e cruzou. Ganso, com tranquilidade, caminhou da meia-lua à pequena área e, nas costas de Jean, abriu o placar.
Gol relâmpago protagonizado pelos melhores do Botafogo garante empate
Menos de um minuto após a volta do intervalo, o Botafogo empatou. E com participação decisiva do estreante Diego Souza e Alex Santana, ausentes na primeira parte do texto e protagonistas das próximas linhas e do Glorioso contra o Flu.
O gol é um retrato fiel do que ambos buscaram desde o primeiro tempo: participação intensa. Diego, por exemplo, com 35 segundos de bola rolando, já havia dado um carrinho na direção de Airton e esticado bola para Luiz Fernando na ponta esquerda.
Ganhou várias pelo alto, segurou a bola e fez faltas quando necessário. Deu três passes de calcanhar, um deles na jogada do gol e outro em finalização de Alex, ainda na primeira etapa. Também fez uso de um recurso do futevôlei, com um toque de peito para Cícero.
No gol de Alex Santana, fez quase tudo o que foi citado acima. Gabriel lançou de seu campo em direção à ponta direita, Diego ganhou pelo alto, tocou de calcanhar para Erik e recebeu de volta. Deu na medida para Alex, que girou e marcou.
Alex Santana, aliás, foi a grande figura alvinegra. Voltou ao time com muita intensidade e, observando erros no miolo da zaga tricolor, buscou infiltrar na área com frequência. Sobrou em um meio-campo que não funcionou bem.
Diego Souza deu uma assistência, 24 passes (três errados), fez dois desarmes, um cruzamento e cometeu quatro faltas.
Para não dizer que não falamos do time como um todo no segundo tempo, o Botafogo cresceu timidamente e sofreu menos diante de um Fluminense com menos ímpeto. Gatito, porém, apareceu em duas grandes defesas.
Enfim, o Botafogo foi inferior. Dois números resumem bem a partida: teve apenas 40% de posse de bola e viu seu rival finalizar muito mais vezes ao gol (21 a 5).
Ponto Fraco:
- O meio-campo alvinegro não foi bem. Cícero esteve muito apagado no apoio e não conseguiu criar perigo nem tentar as habituais finalizações de fora da área ou no jogo aéreo, onde é especialista. Jean foi falho na marcação, errou no gol e não deu segurança a Marcinho. Assim, Everaldo teve muito espaço.
Pontos Positivos:
- Além de Diego Souza e Alex Santana, vice-artilheiro do Botafogo no ano (com três gols), Gatito Fernández manteve a boa fase e foi providencial em cabeçada de Matheus Ferraz e numa bomba de Luciano.
- Diego e Erik já mostraram bom entendimento, tabelaram no gol e tiveram inteligência para confundir a zaga rival ao se revezarem entre as funções de ponta-direita e centroavante.
Fonte: Por Fred Gomes — Rio de Janeiro