O terno cinza leva a gravata meio solta, para deixar Marcelo Gallardo confortável. Ao passar pelo saguão do Aeroporto Jorge Newbery, antes de perder a invencibilidade no comando do River Plate, é escoltado por seguranças até a escada rolante. Os torcedores olham para o treinador e ídolo com brilho no olho e confiança. Como o gremista olha para Renato Portaluppi com suas camisas sociais e calça jeans. Os dois se cruzam nesta terça-feira, a partir das 21h45, no Monumental de Nuñez, pela semifinal da Libertadores, e podem se cumprimentar como verdadeiros integrantes de um clube privado.
Os estilos são diferentes. O cabelo milimetricamente desarrumado, franja caída na testa, dá um tom mais fashion ao argentino, enquanto o brasileiro se preocupa com a aparência, mas parece mais despojado acostumado a viver na praia. Renato e Gallardo são dois dos campeões da Libertadores como jogadores e treinadores.
A seletividade ainda vai além: atualmente, Renato é considerado o terceiro melhor técnico do mundo, na frente do adversário argentino, o quarto, em ranking atualizado semanalmente pelo Football World Ranking - a lista tem, na liderança, Ernesto Valverde, seguido por Diego Simeone. A pontuação do brasileiro é 13.474, enquanto a do adversário nesta terça é de 13.121.
- A maior prova são os números. Tanto dele no River quanto comigo aqui no Grêmio. Depende do trabalho, de resultados. É importante sempre ter resultado. O clube efetivou um ídolo lá e um aqui, mas você só sobrevive com resultados. Ele teve destaque, era muito bom. E tem conquistado muito também como treinador, assim como eu. É importante ter dois ídolos que seguem com sucesso como treinadores - disse Renato após o empate com o América-MG.
Fonte: Por Eduardo Moura — Direto de Buenos Aires