A animação corria solta, dentro e fora do Centro de Criatividade. Era mais uma noite do Arraiá do Arranca Unha que acontecia. E para os comerciantes do entorno do espaço, era mais uma chance de faturar uma renda. O comércio da área é formado pelos próprios moradores da região, que montam suas barracas desde a criação do arraiá, há mais de 30 anos.
Arnaldo Pereira, dono de um dos bares mais conhecido da localidade, o “Bar da Bisteca”, comemora a revitalização do Centro e o retorno do público à região. “Estávamos vivendo dias difíceis com o fechamento do Centro de Criatividade. Me orgulha muito poder ver sua revitalização e já notamos a melhoria no nosso bolso, pois agora temos clientes, sem medo de serem abordados por marginais. Eu espero que logo seja entregue toda a reforma e que o bairro volte a ser o que era antes”, completou.
Nascida e criada no bairro Cirurgia, Magna Santos, ganha a vida vendendo acarajé e desde que o evento foi criado, ela e sua família montam as barracas para aproveitar a alta movimentação do período junino e complementar seu faturamento. “Desde pequena vi minha mãe trabalhando aqui. E desde que começou a reforma todos os moradores não viam a hora de poder voltar a ocupar seus espaços. Graças a Deus a movimentação está boa e as vendas também. Estamos bastante animados para os próximos dias”, falou.
O vendedor de pipoca, Antônio de Jesus, também está animado com o retorno do Arraiá do Arranca Unha e com as boas vendas. “Eu fico feliz não só pelo fato de poder trabalhar aqui, mas também por poder ver ressurgir algo que eu achei que estaria condenado ao fim. O tradicional Arraiá já teve seus dias de glórias e nós sempre aqui aproveitando as atividades para garantir o nosso ganha pão. É muito bom vê-lo assim novamente, todo iluminado, cheio de gente e de gente com fome, principalmente”, comenta todo sorridente.
Classificação
Na terceira noite de eliminatórias, cinco quadrilhas se apresentaram no Arraiá. Sendo elas: Século XX, Retirantes do Sertão, Balança mais não Cai, Meu Sertão e Meu Xodó. Passando para as semifinais a Século XX, Balança mais não cai e a Retirantes do Sertão. A quadrilha Meu Sertão foi desclassificada por não seguir o tempo estabelecido pelo edital para a entrada dos pares e do trio pé de serra.
Com mais 20 anos como marcadora da quadrilha ‘Balança mais não cai’, Elivânia Vieira Santos que é a única mulher a ocupar essa categoria no Estado, fala da alegria de mostrar a força de sua quadrilha e como surgiu o tema deste ano. “Nosso tema fala sobre a mulher e como ela é vista pela sociedade. Tivemos a missão de tentar desmistificar esse paradigma do sagrado e profano que nos rodeia. Mostramos a mulher em varias faces, em vários momentos e isso é muito importante para nós. Estou muito feliz em participar do concurso e levar nossa quadrilha tão longe”, afirmou.
Por: Secult