Garis em greve por tempo indeterminado

Categoria: Notícias Destaque Escrito por Rubens Barroso

garisO problema da coleta de lixo em Aracaju parece está longe de ser resolvido. Os garis que atuam na empresa Cavo, terceirizada contratada pela Empresa Municipal de Serviços Públicos (Emsurb) para a realização do serviço, iniciaram por volta das 4 horas desta terça-feira, 21, uma nova greve por tempo indeterminado.

O diretor de relações de trabalho do Sindicato dos Empregados da Limpeza Pública e Comercial de Sergipe (Sindelimp), Alexsandro dos Santos, informa que apenas 30% do efetivo fará a coleta de lixo na capital sergipana durante o movimento grevista. Segundo ele, o motivo da greve é a falta de compromisso da Cavo com a segurança e bem estar dos trabalhadores.

“A empresa já vem a quase um ano sem dar as condições mínimas de trabalho para os funcionários. Faltam equipamentos de proteção individual [EPI] e até água para beber. Isso sem contar com carga excessiva de trabalho. Para se ter uma ideia, ontem os funcionários que fizeram a coleta de lixo e limpeza no Bairro 13 de Julho trabalharam das 17h até as 5h”, disse.

Alexandro dos Santos informa, ainda, que a Cavo não paga adicional noturno, nem hora extra aos trabalhadores. “A empresa pediu prazo até sexta-feira para providenciar os EPIs, o que significa que ela reconhece que está cometendo esse erro. Mas, a categoria não aceitou porque não acredita mais na Cavo”, afirma.

De acordo com ele, o Sindelimp reconhece que a população aracajuana é a mais prejudicada com a paralisação da coleta de lixo, “mas sofrem ainda mais os funcionários que trabalham até debaixo de chuva sem utilizar sequer uma capa de proteção. Sabemos que a Cavo é acostumada a agir assim em outras cidades, o contrato da Emsurb com a Cavo vence no dia 5 de março e a Cavo não cumpriu em um ano, como vai cumprir nesse curto espaço de tempo?”, explica. 

Emsurb

O assessor de comunicação da Emsurb, Augusto Aranha lamenta a nova paralisação das atividades dos garis e informa que a atual gestão da Emsurb não tem nenhuma responsabilidade nessa questão. “Estamos acompanhando a manifestação dos funcionários da Cavo e confirmando que a empresa está mantendo no serviço apenas os 30% do efetivo previsto em lei. Ou seja, é uma paralisação parcial, mas o ideal é que não pare”, diz.

Augusto Aranha informa, ainda, que a Emsurb vai multar a Cavo pelo descumprimento do contrato. “A Emsurb tem notificado a empresa e agora o passo seguinte será aplicar uma multa a Cavo. Não podemos parar a coleta de lixo porque a legislação não permite, nós temos um contrato e ele tem que ser cumprido”, explica.

Segundo ele, a Emsurb antecipou o pagamento da parcela de março à Cavo, como foi solicitado pela empresa e a dívida que a prefeitura tem com eles é de responsabilidade da gestão anterior. “Esperamos que a população compreenda porque mós não podemos interferir nessa relação Cavo com os funcionários”, explica.

Resposta da Cavo

A Cavo informa que entende que a paralisação organizada na manhã desta terça-feira, 21, pelo Sindelimp é descabida e inoportuna. Segundo a assessoria da empresa, o sindicato deflagrou a greve sem encerrar as negociações com a Cavo. Na sexta-feira passada, 17, novas reivindicações dos trabalhadores foram apresentadas em reunião de mediação no Ministério Público do Trabalho, que deu cinco dias para a Cavo se manifestar.

“Antes mesmo do fim do prazo, em função dos aportes feitos na última semana pela a Emsurb, a empresa começou a atender as demandas: está distribuindo EPIs [máscaras, luvas, óculos e botas], mandou confeccionar novos uniformes e está alterando a logística do fornecimento de água durante a operação nas ruas em benefício dos colaboradores”, diz.

A Ascom da Cavo informa, ainda, que a empresa lamenta que o Sindelimp não queira apoiar a limpeza urbana de Aracaju, prejudicando a população em um serviço tão essencial. “Para garantir a manutenção regular da coleta de lixo na cidade, a Cavo já está tomando todas as medidas cabíveis”, afirma.

(Fonte: Infonet)