Solidariedade de classe marca audiência judicial contra vice-presidente da CUT/SE

Categoria: Notícias Destaque Escrito por terezinha

Diretores da Central Única dos Trabalhadores de Sergipe (CUT/SE), a deputada estadual Ana Lucia e representantes de 10 entidades sindicais cutistas acompanharam no Juizado Especial Criminal dos Fóruns Integrados III, no DIA, na manhã desta quinta-feira, 03/03, a audiência judicial do processo criminal movido pelo desembargador Osório Ramos contra o vice-presidente da CUT/SE e dirigente do SINDIJUS, Plínio Pugliesi. No final da audiência, a juíza Brígida Declerc apresentou uma transação penal que acarreta na extinção do processo, mesmo a contragosto do desembargador que insistia pelo prosseguimento da acusação.

Presidente do Sindiserve Poço Verde e diretor financeiro da FETAM, João Teixeira, viajou 150 quilômetros para prestar sua solidariedade ao vice-presidente da CUT. “Essa é uma luta de todos nós. Todos os dirigentes aqui presentes sabem que o exercício da atividade sindical demanda lutas, enfrentamentos e desgastes muitas vezes focados naquele sindicalista atuante. É importante que os trabalhadores do Judiciário prestem seu apoio na luta sindical, pois toda atuação do dirigente visa conquistas para a categoria e cabe aos servidores fortalecerem e valorizarem seu sindicato”.

Representantes de outras entidades sindicais que repudiam a judicialização do embate político sindical também marcaram presença, a exemplo da FETAM, do Sinditextil, Sindiserve Socorro, Sintradispen, Sinditic, Sindiserve Glória, Sindipema, Sindsemp e Sindijus.

O presidente da CUT/SE, Rubens Marques, repudia perseguição sindical. “Se o Judiciário usa o poder de coação para silenciar o companheiro Plínio, significa que outros dirigentes poderão sofrer a mesma penalidade também, e isso é muito preocupante, pois inibe os sindicalistas na hora de exercerem o seu papel. Se eu já defendia a Democratização do Judiciário agora defenderei muito mais. Não só o Plínio, mas todos os demais dirigentes do Sindijus vivem no fio da navalha ao ser julgados pelos próprios ´patrões´ denunciados por eles”.

A deputada Ana Lucia também prestou seu apoio ao dirigente sindical. “Na história do Brasil, a situação dos sindicalistas e suas organizações sempre foi muito difícil, e os aparelhos de controle e de fiscalização sempre buscaram instrumentos de cercear... Hoje estamos vendo que a subjetividade de autoridades prepondera sobre a própria lei. Isso dificulta cada vez mais a manifestação dos trabalhadores em termos de senso crítico, que é uma necessidade do exercício da cidadania. Você não tem um regime verdadeiramente democrático se homens e mulheres não têm direito de expressar o senso crítico sobre a realidade em que vivem, então se você tem um dado objetivo como dinheiro da população, dinheiro público, essa é uma informação que tem que ser colocada publicamente. E o cidadão, assim como o sindicalista, tem o direito de fazer a análise e a crítica”, explanou.

O processo extinto, além de não conter prova de nenhuma infração cometida pelo dirigente sindical, também vinha apresentando várias anormalidades na tramitação processual que não favoreciam ao desembargador acusador , a exemplo do desrespeito ao princípio da indivisibilidade e da recusa do Ministério Público de participar da acusação.

 

 

 

Por: Iracema Corso