A Maternidade Zacarias Júnior, localizada na cidade de Lagarto, vai fechar suas portas nesta terça-feira, 23, sem previsão de retorno. Sem receber o repasse por parte da Secretaria Municipal de Saúde de cerca de R$ 580 mil por mês, ela deixará de atender mais de 300 gestantes da região Centro-Sul do Estado e parte da Bahia para diversos procedimentos.
Desde dezembro não entra verba para pagar os médicos da maternidade situada em Lagarto. Após uma decisão de cerca de cem funcionários tomada na última semana, a instituição filantrópica sem fins lucrativos, que só recebe investimentos por parte do Governo Federal e Estadual através do Município, funcionou pela última vez nesta segunda-feira, 22.
Nas últimas transferências foram registrados ainda cortes nas quantias que servem ainda para compra de materiais, medicamentos e pagamento de fornecedores, como R$ 138 mil no mês de outubro, R$ 93 mil em novembro e R$ 220 mil, além dos primeiros atrasos que começaram desde outubro.
Todos os meses, cerca de 300 procedimentos são realizados pelas quatro equipes médicas disponíveis nas instalações, que contam ainda com enfermeiras especializadas em obstetrícia 24 horas por dia. Mas, de acordo com o direto Edvanilson Rodrigues, toda uma logística é necessária para ser essa referência em saúde e depende do repasse. “Nós fazemos parte de uma maternidade séria e bem consolidada, mas que não tem recursos atualmente para se manter. É uma situação difícil, principalmente nessa época de microcefalia”, disse.
Ainda de acordo com o diretor, a Secretaria de Saúde afirma não ter o recurso para repassar. “Eles justificam sempre que não receberam e por isso não podem repassar. Sem o pagamento, não temos condições de pagar os médicos”, comentou.
Triste com a situação e pensando na população que necessita do atendimento médico na região de Lagarto, Simão Dias, Poço Verde, Salgado e até municípios do Estado da Bahia, ele informou que não existe um prazo para a volta dos trabalhos por lá. “A população vai sofrer e quem precisar vai ter que se deslocar para Itabaiana, Estância ou Aracaju. Mas não temos previsão de reabrir e vamos esperar o retorno do pagamento para resolver isso”, declarou.
O movimento não tem nenhum apoio por parte do Sindicato dos Trabalhadores na Área da Saúde do Estado de Sergipe (Sintasa). O presidente Augusto Couto ressaltou que chegou a ir à maternidade nesta segunda, mas não conseguiu manter contato com os servidores. “Passei por lá hoje e algumas pessoas ficaram com medo de falar. Eles não pediram nosso apoio, mas estamos à disposição de todos os trabalhadores da maternidade”, destacou.
Até o fechamento desta matéria, a reportagem do JORNAL DA CIDADE não conseguiu manter contato com a Secretaria de Saúde de Lagarto.
Fonte:jcnet