Duas pessoas morreram e 15 ficaram feridas nesta terça-feira, em Karachi, no Paquistão, quando a polícia tentou dispersar uma manifestação de trabalhadores da companhia aérea nacional, a Pakistan International Airlines (PIA). Além de gás lacrimogêneo e jatos de água, a polícia disparou contra funcionários da PIA que haviam bloqueado a entrada principal do aeroporto internacional Jinnah.
Para impor sua política neoliberal de entrega do patrimônio público ao estrangeiro, o primeiro-ministro, Nawaz Sharif, decidiu restringir por seis meses o direito de greve aos empregados da companhia aérea. Com a privatização prevista para julho, os trabalhadores ampliaram a mobilização na última semana. Na tentativa de forçar a desnacionalização da empresa, a União Europeia tem imposto dificuldades para que a empresa obtenha as certificações de segurança para os aviões de carga, inviabilizando a estatal.
"Manifestamos o nosso mais veemente repúdio à postura repressiva e entreguista do governo paquistanês, que terá de responder pelos crimes que cometeu para privatizar um patrimônio que é de todos", declarou o presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), João Antonio Felicio. Segundo o dirigente, "é inconcebível que em pleno século 21 continuem se adotando práticas tão abusivas contra os direitos, chegando ao cúmulo de ceifar vidas".
Escrito por: Leonardo Severo