O tempo instável e as fortes chuvas que ocorreram na última segunda-feira, 18, na capital e em outras regiões de Sergipe chegaram a preocupar os sergipanos, mas mesmo com seu alto volume, não trouxeram grandes danos à população. De acordo com a Defesa Civil Estadual, as chuvas registradas no estado não têm como característica a ocorrência uniforme em todos os territórios, acontecendo diariamente em pontos isolados, o que é benéfico de uma forma geral.
“Do ponto de vista hídrico, o impacto foi bastante positivo. Nós estamos sofrendo com a seca há mais de quatro meses no Estado e essas chuvas vêm trazendo uma retomada e uma recuperação hídrica da região. Esperamos que as chuvas consigam chegar a todos os pontos do Estado, já que o mês de janeiro é considerado o mais grave com relação à seca, principalmente na região do sertão. Nesse caso, as chuvas são extremamente positivas”, explica o Coordenador Estadual da Defesa Civil, Coronel Mendes.
Mendes esclarece ainda que as chuvas podem se tornar preocupantes, a depender da intensidade. “Quando a chuva realmente vem de maneira muito intensa e em curto espaço de tempo, pode provocar transtorno e danos. Isso tem acontecido em alguns municípios, como o problema da rodovia em Monte Alegre, mas não temos registros de desabrigados, desalojados, nem pessoas feridas. Apenas os transtornos normais ocasionados pelas chuvas, a exemplo de pontos de alagamentos nas cidades ou a água que invade algumas casas. Mas após a passagem desse momento mais crítico, as pessoas retomam sua vida normalmente”, pontua.
Aedes aegypti
Com as chuvas, outra questão que deve ser levada em consideração é a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Para o Coronel Mendes, “chuva e desatenção podem intensificar as condições para que o mosquito se prolifere. Nós sabemos que ele está aí assolando fortemente vários Estados da federação, inclusive Sergipe. E como não existe remédio ou vacina para as doenças que ele transmite, a única forma de combatê-lo é evitando que ele nasça”.
Mendes alerta, ainda, que na região do sertão, onde o armazenamento de água é uma necessidade imperiosa para o consumo, os cuidados tornam-se ainda mais imprescindíveis. Para ele, o armazenamento em si não é o problema, mas sim a forma que ele é feito. “A Defesa Civil entende que a população precisa adotar comportamentos mais responsáveis em relação a isso, fazendo vistorias em suas casas e impendido o acumulo de água. Tudo isso deve ser combatido com muita força, pois só assim conseguiremos controlar o mosquito, impedindo que ele nasça e transmita essas doenças que tem assolado a população”, destacou.
A chuva, que contribuiu para o período de estiagem em algumas regiões do Estado, ainda não chegou a cair em todos os municípios do sertão sergipano, o que faz com que determinados locais ainda precisem do abastecimento de água através de carros-pipa. De acordo com o Coronel Mendes, o pagamento dos “pipeiros”, que estava em atraso nos últimos meses, já foi realizado e a prestação do serviço normalizada desde a segunda-feira, 18. “Todos eles retornaram ao serviço de maneira tranquila e estão sendo encaminhados para trabalhar em alguns municípios. Em outros, estamos fazendo uma avaliação de necessidade, já que por conta da chuva alguns locais talvez não precisem mais da água”, detalhou Mendes.
“Existe um passivo que será solucionado até o final do mês, mas estamos prontos para trabalhar. Não temos mais problemas com relação a isso. Então, se houver necessidade, nós estaremos empregando todo o potencial de contratados para poder atender as pessoas em relação à distribuição de água. Continuaremos com o atendimento naquelas localidades em que essa necessidade ainda se faz presente”, concluiu.
Da ASN