Representando o conjunto das organizações governamentais dentro da estrutura federativa brasileira, responsáveis pela publicação dos atos oficiais dos diversos níveis de governo, a Associação Brasileira de Imprensas Oficiais (ABIO) comemora os 80 anos da primeira reunião da história da imprensa brasileira dos responsáveis pela gestão de diversos Diários Oficiais. Na ocasião, esse encontro histórico se deu na Cidade Maravilhosa, numa época em que o Rio de Janeiro ainda era a capital do Brasil.
Em 9 de maio de 1943, esses 20 gestores, representando todas as regiões do país, foram recebidos pelo dirigente da Imprensa Nacional, Rubens Porto, funcionário federal do governo de Getúlio Vargas, para darem início ao debate e à troca de experiências sobre o que poderiam fazer para melhorar a qualidade dos jornais oficiais brasileiros e como fazer para melhor promover a imprensa em todos os cantos do país. Daquele evento, que durou cinco dias, surgiu o embrião da atual ABIO.
A data foi celebrada com uma edição histórica do Boletim ABIO, repleta de informações e contando com muitos detalhes como foi esse encontro. Para a Vice-Presidente da Associação Brasileira de Imprensas Oficiais, Patricia Damasceno, fazer essa edição histórica foi como viajar ao passado para compreender melhor a importância da ABIO.
"[Essa edição] Foi uma viagem no tempo. Importante para resgatar o trabalho que vem sendo feito nessa construção e participação das Imprensas Oficias na sociedade brasileira. Como Vice-Presidente da Associação das Imprensas Oficiais muito me honra impulsionar o resgate do importante papel das Imprensas Oficiais junto aos meus pares. Vendo tudo que foi construído até hoje pela ABIO, tive a certeza de que da máxima de que 'tudo é impossível até que alguém faça' e esse é o nosso trabalho agora, através das inovações que o tempo nos exige, reafirmar o importante papel que desempenhamos na sociedade", comentou Patricia.
E a reunião que deu início a tudo não poderia ter acontecido em momento mais acertado. Isso porque o início da década de 1940 foi fundamental para moldar o futuro do Brasil e do mundo. Enquanto os brasileiros se via afetados pelas políticas de desenvolvimento interno de Getúlio Vargas, como a regulamentação das Leis Trabalhistas, a industrialização e a modernização da agricultura, investindo nas grandes obras, como a da construção da Companhia Siderúrgica Nacional e da Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso, o planeta vivia com medo diante dos horrores e das inseguranças causadas pela Segunda Guerra Mundial, que eventualmente contaria com a participação do Brasil.
Nesse contexto, a Imprensa Oficial Brasileira precisava se unir e se fortalecer para não deixar o povo "na mão". Então, neste encontro, eles debateram a padronização dos impressos e das publicações das leis e diários oficiais, promovendo o intercâmbio desses diferentes periódicos, trazendo o que cada um tinha de melhor para valorizar o produto final de todas as partes do país.
Dessa reunião, surgiu a ABIO, que luta até os dias de hoje pela união das Imprensas Oficiais do Brasil, que garantem a divulgação com transparência das ações dos Três Poderes para o povo, explicou Patricia Damasceno.
"A Associação Brasileira de Imprensas Oficiais - ABIO tem um papel muito importante como entidade, que através de sua representatividade e junto com as Imprensas Oficiais, colabora para o vigor de ações congruentes e uníssonas entre elas. Essas ações mantém vivo e latente o relevante serviço prestado pelas Imprensas Oficiais à sociedade, com a democratização da informação, garantia de segurança jurídica, transparência e validade dos atos do Poder Executivo, Legislativo e em muitos casos, de outros Poderes, fundamental ao exercício da cidadania, permitindo assim, que os cidadãos conheçam as decisões do Governo, para exercer o controle social", concluiu a Vice-Presidente da ABIO.
O encontro aconteceu na então sede da Imprensa Nacional, que estava novinha em folha, tenho sido inaugurada há apenas três anos, em 1940. Localizado na Avenida Rodrigues Alves nº1, no Centro do Rio de Janeiro, o prédio sediou a instituição até 1960, quando a sede se transferiu para Brasília. Atualmente, a sede administrativa está em São Paulo e conta com a participação de 17 organizações associadas.
Fonte: Correio da Manhã- Rio de Janeiro