Diante da inelegibilidade Jair Bolsonaro (PL) determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral em tempo recorde, inicia-se um debate sobre quem poderá assumir o comando do campo de centro-direita nas eleições de 2026. Nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos), Romeu Zema (Novo), Eduardo Bolsonaro (PSDB), Flávio e Michelle Bolsonaro (ambos do PL), movimentaram as casas de apostas após os eventos da semana passada. O próprio Bolsonaro verbalizou que se conseguir reverter inelegibilidade disputará o Senado e abre espaço para Tarcísio.
A linha de ação parece encaminhar Bolsonaro para liderar um grupo no Senado composto por seus aliados mais próximos. Seus filhos Eduardo (SP) e Flávio (RJ) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (DF), todos do PL, fariam parte desse núcleo, assim como os senadores que já estão lá, como Damares Alves (Republicanos-DF), Jorge Seif (PL-SC) e Marcos Pontes (PL-SP).
Tarcísio tem um saldo nos seis primeiros meses no seu estado de 89 mil empresas abertas, onde considera só aberturas se alcança 151 mil, o melhor resultado em 26 anos segundo a Junta Comercial(SP). A imagem do governador moderado e trabalhador contou até com apoio do PT que votou à favor dele em 91% das vezes na 'Alesp'. O líder da bancada do PT, Paulo Fiorilo, afirma que os votos favoráveis provêm dos encaminhamentos e tratativas, que foram enviados ao plenário neste ano. Justificando o apoio ao Tarcísio, relatou que ele apostou em propostas que versam principalmente sobre o funcionalismo público, evitando matérias polêmicas que pudessem desafiar sua base no Legislativo paulista, o que facilitou os consensos.
Tarcísio saiu fortalecido na questão da Reforma Fiscal. Ele reforçou a narrativa de ser um técnico que prioriza as agendas de interesse nacional em vez da política. Demonstrou habilidade de articulação ao conseguir modificar o relatório de Aguinaldo Ribeiro (PP/PB) de forma a favorecer o Estado de São Paulo, que ganha influência no Conselho de entes federativos.
Uma pesquisa elaborada pelo Instituto Atlas apontou que, a maioria dos entrevistados sugere o governador de São Paulo (60%) como o melhor sucessor na centro-direita, seguido por Michele Bolsonaro (PL), com 17,9%, e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), com 8,6%.Outra evidência é uma pesquisa inédita da forma de Tarcísio é trazida por pesquisa conduzida pelo Ranking dos Políticos sobre a visão dos parlamentares em relação aos nomes com maior capacidade e possibilidade de liderar a centro-direita. O governador de São Paulo foi citado por 51% dos deputados federais como o nome com maiores chances, seguido por Eduardo Leite (13,7%), Zema (12,7%) e Michelle (9,8%). Ele também foi o preferido entre os senadores, com 30%, seguido por Leite (25%), Zema (15%) e Michelle (15%). Embora Tarcísio, orientado por seu Secretário da Casa Civil, Gilberto Kassab (PSD), esteja sinalizando a prioridade de disputar a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes, seu pragmatismo de viabilidade não pode ser desconsiderado.
Representantes do agronegócio, indústria e comércio paulistas avaliam de maneira positiva o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) no estado de São Paulo, nesses primeiros seis meses de mandato. Um dos aspectos destacados foi a composição de um secretariado técnico para iniciar a gestão. De acordo com representantes da indústria, o ponto alto até aqui foi a captação de investimentos estrangeiros para São Paulo, que segundo as entidades somam mais de 200 bilhões de dólares em 2023. O agronegócio é um dos setores mais alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, declarou à imprensa paulista o programa Seguro Rural, que teve um aporte de R$ 85 milhões do Estado de São Paulo, além dos investimentos em infraestrutura feitos pela administração pública estadual. “Avaliamos positivamente a reindustrialização do agro. Também vemos com bons olhos as ações do governo em instituir novas concessões em trechos rodoviários".
Na seara do comércio, as associações comerciais do estado de São Paulo ressaltaram a importante defesa do governador sobre a reforma tributária, que para eles vai alavancar o segmento nos próximos anos. Além disso, os comerciantes destacaram algumas medidas propostas: redução de impostos, crédito para micro e pequena empresa, desestatizações e leilões. Para Marco Bertaiolli, presidente em exercício da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), o governo lutou pelo setor comercial na reforma tributária. “A avaliação é positiva com concessão de crédito para as micro e pequenas empresas. São iniciativas que demonstraram o compromisso do governo com os empreendedores e com a geração de emprego e renda”.
Tarcísio de Freitas (Republicanos) fechou os seis primeiros meses no comando do governo paulista em alta com o eleitorado, com índice de aprovação de 65% no estado, onde o presidente Lula nacionalmente patina nos 30 % e com volume nada republicano de liberação de emendas nas vésperas de votação, até PIX se usa. Entrementes,Tarcísio verbalize trabalhar para fazer um bom governo e, assim, concorrer à reeleição em São Paulo, ele também desponta como um dos principais nomes da direita brasileira para concorrer à Presidência da República em 2026. Fato é que, para a primeira ou para a segunda opção, tudo passa pela boa gestão no estado mais populoso e detentor do maior PIB brasileiro. Segundo declaração do presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Rafael Cirvone, o governador está na linha das suas propostas. “Tarcísio nomeou secretários muito preparados. Isso se reflete nos investimentos estrangeiros, que até agora são de 200 bilhões de dólares”, e seguiu analisando: “Precisamos de um projeto de previsibilidade e segurança jurídica. O governador tem respondido a todos estes quesitos, o que incentiva os empresários a investir com mais segurança. E a indústria tem a capacidade de responder rapidamente a estes desafios”.
Desta forma, o que mostra o horizonte, e tomando como premissa que Lula ganhou com apenas 0,7% de vantagem montando uma frente majoritariamente com a centro-direita. A inelegibilidade de Bolsonaro ou não, apenas coloca junto com Tarcísio uma possibilidade real do petismo ser derrotado. Na verdade, ao montar 37 ministérios com a minoria de esquerda e ter na prática Arthur Lira (presidente da Câmara), com posições de direita gerindo o orçamento, Lula pouco pode diante da população continue sofrendo desta inércia, e que os escândalos das farras das emendas sejam retratados na imprensa no futuro, muitas que não se sustentam diante de uma fiscalização. Talvez se acerca a hora de um gestor eficiente com sensibilidade aos problemas sociais, superar o populismo.
Por Tulio Ribeiro