Quanto tempo mais de ódio e perseguição? Ainda na campanha e depois de eleito, de assumir seu terceiro mandato, Lula repetidas vezes declarou que não tinha mais tempo até por sua idade(77 anos) para ter ódio, e até mais ,prometeu fazer um governo para todos os brasileiros, sem revanchismo contra opositores e de reconciliação nacional. Na Presidência a história se mostra outra. O que assistimos corriqueiramente é um presidente que só aparece para falar mal do governo passado e tentar demolir avanços obtidos nos últimos anos na economia. Não que o governo passado não tenha errado também, mas o Brasil elegeu o pernambucano para construir uma nova relação com a sociedade, gerar mais desenvolvimento com menos pobreza, nestas pautas, o ódio não deveria ser premissa ou insumo de sua ação política.
Diante dos problemas da nação, a frente maior de ataque está em olhar para trás. O punitivismo utilizado pelo governo do PT contra adversários é amplo, buscando sorrateiramente desviar de uma realidade da falta de planos para os inúmeros problemas do país. Em vez de frear a gastança para comprar boa vontade parlamentar, o PT culpa o Banco Central pela estagnação. Ignora que com a autonomia, a instituição tem segurado a inflação. Pior, esquece que possui dois bancos públicos que se mantém no cartel dos juros altos no varejo financeiro. Agências bancárias são fechadas, empregos perdidos à medida que cada vez custa mais caro tomar empréstimo no país. Pesquisa mensal do Procon-SP constatou que, no começo deste mês, a taxa média de empréstimo pessoal praticada pelos principais bancos comerciais do país foi de 7,66% ao mês, uma variação positiva de 0,052% em relação à taxa de abril, que foi de 7,62%.
O teto de gastos mudou de nome para “arcabouço fiscal”, que, no final das contas, cria um piso crescente de despesas, só possível com um aumento insuportável dos tributos. Lula prefere o MST que invade terras públicas como da Embrapa que os produtores. Mais importante pilar do PIB brasileiro, o agronegócio tem sido afrontado, simplesmente porque apoiou o ex-presidente e ainda tem grande estima por ele. Para ameaçá-lo, ministros petistas dão reiteradas amostras de apoio aos invasores do MST. As estatais, que sob Lula e Dilma amargaram rombos bilionários, por corrupção e má gestão, retomam o caminho do compartilhamento de cargos, paradigmas que já deram errado no passado recente.
Um deputado do PcdoB propôs a PL 2630/2020, das Fake News, que na prática retira propaganda das redes sociais para as principais redes de televisões abertas do país. Na seara política, o objetivo é cercear opinião, já que redes sociais se tornaram território da nova oposição, onde os governistas perdem de goleada, o governo tenta aprovar uma lei para pressionar as plataformas a retirar um embate de comunicação que lhe é desfavorável, o argumento combater o “discurso de ódio”. Mas de onde vem o ódio atualmente
O presidente viajante, passados cinco meses não anunciou nenhum grande investimento, enquanto zonas inteiras de capitais são controladas pelo tráfico ou milícias, a dedicação do Ministério da Justiça é punir os responsáveis do suposto golpe de 8 de janeiro, onde vídeos comprovam participação nas depredações de ambos lados. O governo está perdido, e Lula está longe da realidade e do país. Não percebe que parte da sociedade que lhe deu uma vitória de apenas 0,9% não percebeu nenhuma mudança, que o Congresso não se subjugou ao executivo, que o mercado tomou gosto pelo liberalismo, até o ministro da economia Fernando Haddad tem uma forte inclinação contrária aos projetos de economia da esquerda. Sem empenho para resolver problemas e cercado de auxiliares adesistas, o presidente prefere viajar para o exterior, onde propaga uma ser um estadista e líder internacional. Sem competência, discernimento e grandeza, passa vexame. Antes de tentar, sem influência para isso, pacificar o conflito Ucrânia e Rússia, porque não debilitar as 53 facções criminosas hoje no Brasil, que por exemplo na capital do Rio de Janeiro domina a zona oeste com 2,6 milhões de pessoas, a mesma da bombardeada Kiev, capital ucraniana.
Conclusivamente, esta prática visa manter a militância animada e tentar segurar alguma popularidade, a estratégia parece ser desviar o foco para atacar a direita, e colocar a culpa por todos os males nos outros. A título de exemplo, na área da educação, a tentativa é de desconstruir o novo ensino médio, que mal começou a ser implantado com uma mirada para capacitação profissional dos estudantes. No ensino básico, a promissora política de alfabetização criada no governo passado foi logo extinta, e não se sabe muito bem o que será colocado no lugar.
Para os seus, o governo não quer apenas impunidade, eles querem vingança para que ninguém mais ouse combater a sua corrupção no futuro. Que a justiça apure e no trâmite normal de processos, seja quem for. Mas o que se assiste é a cassação dos deputados Deltan Dallagnol e Marcelo Crivella e a iminente o senador Sérgio Moro. Todos processos abertos pelo PT e com uma velocidade cruzeiro no TSE
Não alcançaremos o Brasil que almejamos enquanto nos curvamos ao arbítrio de perseguições, as mesmas reclamadas pelo atual presidente quando estava na prisão. Uma contradição que se aclara agora e se intensifica no contexto de um governo no qual Lula declarou querer vingança contra quem combateu sua corrupção. Deve-se estar atento e perceber que a decisão de contra Deltan aconteceu no contexto de disputa por indicações para vagas de ministros do próprio TSE e do STF, feitas por Lula. A decisão foi conduzida pelo voto de um relator que notoriamente é candidato a uma vaga de ministro do STF, que tem proximidade com Lula.
Existe um sentimento no país que a democracia está subjugada aos donos do poder que se julgam intocáveis, e que, quando são descobertos, usam a máquina governamental abusando do poder para mudar os holofotes contra opositores. Não teremos justiça enquanto quem a procura for um perseguido. Vai ser cada vez mais distante as necessárias transformações enquanto nos curvamos ao arbítrio. Seja qual presidente estiver exercendo o cargo, não poderia atuar como ' caudilho' ao perseguir adversários.
Por Tulio Ribeiro