"Eu não tenho raiva, eu não tenho tempo para criar brigas, eu não tenho tempo pra ficar com ódio, eu não tenho rancor, eu só tenho tempo para amar o povo brasileiro que precisa ser cuidado". Assim proferiu Lula em 1/6/22, numa promessa em Porto Alegre. A grande dúvida depois de ser preso e o STF ter tornado nulo sua condenação era saber qual o presidente ele queria ser. Mas em novo vídeo(21/3/23) se referindo, ainda na prisão, aos promotores e Juizes da Lava-Jato, ele se sentiu à vontade dando entrevista a um blog aliado."...Só estará bem quando 'F'.... este Moro, estou aqui pra se vingar desta gente".
Apesar do ex-Juiz Sergio Moro não ser mais citado nas bancas de advocacia como exemplo e ter uma forma nada ortodoxa de aplicar as leis , um presidente não pode usar do cargo para perseguir ou falas de baixo escalão .Práticas como estas, se aplicadas, desqualificam qualquer indivíduo para o cargo. O Estado é de todos , não do mandatário. Politicamente foi um desastre pra Lula e levantou um senador que estava a sombra de qualquer holofote. E logo Lula que sempre citou Nelson Mandela, preso por 27 anos, que voltou o governo da África do Sul em gestão de conciliação e pacificação. Realmente não é incomum que ex-presidiários tenham desejos de revanchismo, principalmente na eminência de uma supostas inocência. Mas ao falar como presidente, Lula se aproxima cada vez mais de autocrata centralizador com desejo de vingança. Lança ambiente ameaçador aos adversários, incabível é que possa governar com revanchismo, afinal, Brasil tem muitos problemas e maiores que dez anos atrás.
Mas o desatino do petista não parou por aí. Logo depois seu ministro da justiça, Flávio Dino(PSB), tentando caracterizar o governo como apartidário, declarou que a Polícia Federal subordinada a ele, tinha desbaratado um plano da facção criminosa PCC, para matar o senador Moro e sua família. De Pronto, em Itaguaí(RJ), Lula tratou o plano como: "é mais uma armação do Moro... está visível que mais uma armação dele, mas eu vou pesquisar e ele vai ficar mais desmascarado, e não sei o que ele vai fazer da vida se ele continuar mentindo, como está mentindo". De uma só vez o presidente desmoralizou seu ministro e a PF que ele diz estar agora despolitizada. Lula nem Dino, nada falaram sobre a visita do ministro, sem estrutura de segurança e fora da agenda , ao complexo da Maré, região perigosa do Rio, acostumada a esconder líderes foragidos de facções criminosas
De volta à verdade, a investigação da Polícia Federal (PF) que embasou a operação para desarticular o plano de um núcleo do Primeiro Comando da Capital (PCC) contra autoridades públicas mostra que a ameaça da organização criminosa ao senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) não era uma "armação". Provas entregues pela PF à Justiça do Paraná apontam que não apenas Moro se encontra na mira do PCC, mas também seus filhos e sua esposa, a deputada federal Rosângela Moro. A juíza da 9ª Vara de Curitiba, Gabriela Hardt, que autorizou prisões e apreensões, afirmou que "atos criminosos em andamento" .
Associação dos Delegados da Polícia Federal divulgou uma nota contrariando a afirmação do presidente e apoiando os policiais envolvidos na operação. A investigação veio de um processo que aponta a "presença física" dos investigados, a compra de veículos, o aluguel de imóveis e o monitoramento de endereços e atividades de Moro "á pelo menos seis meses", atestou a juíza. Elas surgiram da apuração sob constantes ameaças de morte feitas pelo PCC contra o promotor Lincoln Gakyia, de São Paulo. Em fevereiro, quando delator passou a colaborar com detalhes , Moro e família passaram escolta, quadrilha tinha local de votação de Moro e endereços residenciais. A processo indicou que os suspeitos integram um núcleo do PCC chamado "Restrita 5", que teria Janeferson Aparecido…
Por Tulio Ribeiro