Brasil tem sua própria guerra

Categoria: Mais Notícias Escrito por José Raimundo Feitosa

 brasilaA cidade do Rio de Janeiro fica à 2068KM de Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte, é o exemplo mais claro que o Brasil vive uma guerra que apenas não assume. Nestes lugares, como a zona oeste metropolitana do Rio com 2,5 milhões de pessoas, a mesma população de Kiev, o Estado não existe em prover garantias a população e está à deriva da luta entre facções do tráfico, mas também das milícias que geralmente são comandadas por ex-militares que vendem proteção mais entregam insegurança e morte. O governo apenas luta como quase sempre, mas perde como nunca. Já são mais de duas dezenas de cidades do Rio Grande do Norte sujeita a marginalidade, com ordens que partem de presídio. O brasileiro já sabe que a tensão e o medo fazem parte da sua jornada de trabalho.

O Brasil, com processo de trocar presos de um Estado para o outro, visando isolar o chefe da facção dos seus comandados, nacionalizou a guerra através da comunicação interna dos presídios. São muitas cidades controladas por criminosos, eles financiam prefeitos, possuem empresas grandes como de transporte urbano e construtoras, o Brasil não assume, mas vive uma guerra que piora a cada dia. E governo federal e a maioria dos estaduais estão perdidos e inertes diante da diversidade de guerrilhas. São lugares que não tem ONGS para pacificar, a justiça não atua, não há força institucional para proteger a população. São municípios que os horários, a política e a economia são determinadas pelas facções criminosas. Entre elas, Terceiro Comando Puro (TCP), Comando Vermelho (CV), Sindicato do Crime e o Primeiro Comando da Capital (PCC), mas existem outras.

Os serviços de saúde fecham as portas, escolas cancelaram aulas, e os comerciantes foram orientados a fechar suas lojas mais cedo. O ensino foi suspenso na rede particular de ensino e em diversas universidades públicas e privadas. Unidades básicas de saúde suspenderam atendimentos. Muitas vezes as repartições públicas que abrem, o expediente foi encerrado mais cedo, e a preocupação era chegar em casa com segurança. Nunca se sabe a previsão para o retorno da circulação de transportes públicos nestas ocasiões. Para a população, o impacto da violência ultrapassa os ônibus queimados e lojas destruídas, deixando um clima de medo. Sim, isto é o Brasil hoje, principalmente no Rio Grande do Norte e a Zona Oeste da cidade 'maravilhosa'(como dizia a música) do Rio de Janeiro.

No Rio grande do Norte já são mais de 30 pessoas presas e com reflexo em 24 cidades desde que as ações criminosas começaram, na madrugada de terça-feira (14/3). O 'Sindicato do Crime' é uma dissidência do PCC, que começou a ser montada ainda em 2012, quando presos ligados à facção paulista questionavam a obrigação de seguir ordens e enviar recursos arrecadados com o crime para São Paulo. Com o racha, as duas facções passaram a disputar o crime organizado no Rio Grande do Norte, mas o Sindicato foi ganhando cada vez mais força e hoje está mais presente em ruas e presídios. O PCC é mais organizado, mas o Sindicato tem mais integrantes. E eles são mais violentos, estão envolvidos com os crimes de varejo. Diria que o PCC opera no atacado [das drogas], assim analisa a polícia militar local. De fechamento do comércio e escolas à incêndios e tiros é o que existe no estado atualmente. O governo federal declarou que vai remeter a Guarda nacional, unidade que reúne militares de vários estados o que pode chegar 300 militares, uma estrutura pequena de ajuda para o tamanho da guerra, ainda mais que o Brasil tem 26 estados além do Distrito Federal.

O governo estadual reporta ações anteriores como a causa: "Acreditamos que, com ações policiais anteriores, há 15 dias, onde houve um enfrentamento da segurança pública em relação a infratores, onde foi apreendida grande quantidade de drogas e armas, isso inquietou…

Por Tulio Ribeiro