A primeira segunda-feira de dezembro

Categoria: Mais Notícias Escrito por José Raimundo Feitosa

 

janyeli doisGostaria de começar esse pequeno texto de forma poética e ressaltando como 2021 foi um ano difícil e conturbado, estilo aqueles remakes que o primeiro é tão ruim que o produtor cria uma sequência tentando se redimir mais fica cada vez mais vergonhoso. Pois bem, 2021 foi um 2020 parte dois, tipo: a volta dos que não foram.

Um ano delicado, confuso, mas que nos ensinou como diz meu pai “Na base da porrada”, porque quem não vai pelo amor, vai pela dor, não é mesmo? Então caros leitores não vou dizer que 2022 será um ano melhor e que tudo vai ficar bem, até porque minha querida Cassia Eller que me desculpe, mas nem se o segundo sol chegasse iria realinhar as orbitas dos planetas. Há quem diga que sou uma pessimista nata, não é verdade, só estou cansada das promessas vazias e emocionadas que faço para eu mesmo todo final de ano.

O meu 2022 começou hoje. Após anos pulando ondinhas e me enganando, resolvi agir. Fui a academia realizar minha matrícula e começo segunda. Isso mesmo, juntei as duas coisas que mais cheiram a preguiça na vida: o mês de dezembro e toda primeira segunda-feira do mês, que só é boa quando cai no quinto dia útil. Também fui ao supermercado comprar coisas saudáveis como carne de soja, já que para comprar carne mesmo seria necessário vender um rim e ainda assim não pagaria a carne e a gasolina para chegar ao supermercado.

Algumas pessoas iram dizer que tudo isso não tem como dar certo, que toda essa minha meta é só fogo de palha e na primeira garfada na carne de soja irei desistir. Mas eu lhes respondo: sim, pessimista eu posso fracassar igualmente a você, que irá traçar as mesmas metas no dia 31 dezembro se empanturrando de panetone e salpicão. Então me diga? Se as chances de fracassar são as mesmas, porque eu iria passar o mês de dezembro todo me planejando? 

Tenham em mente uma frase inspiradora, que acredito, sempre entendi errada “A dor do parto é menor quando se pari de uma vez”, não sei se faz muito sentido, porque nunca vi alguém parir a prestação, mas aprendi assim, e assim faz todo sentido para mim. Assim como minhas promessas no réveillon que se iniciam agora, na primeira segunda-feira de dezembro.

Artigo - por Janielly Santos

Historiadora