Cícero reescreve própria história

Categoria: Esporte Escrito por José Raimundo Feitosa

ciceroHá momentos em que a vida proporciona a chance de dar a volta por cima, escrever uma nova história, executar um giro de 180 graus na própria existência. Sempre tão sério, Cícero sorriu para a oportunidade recebida no Grêmio. E quase foi às lágrimas na noite desta quarta-feira, quando anotou o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Lanús, pela ida da final da Libertadores, para euforia de 55 mil torcedores presentes na Arena.

“Na hora, você não sabe se chora ou se comemora. Eu não vim à toa, eu vim com um propósito.” (Cícero)

E de pensar que há menos de três meses Cícero vivia no limbo do afastamento no São Paulo. Vagava num mar de incertezas até receber a ligação do amigo Renato Portaluppi com um convite: defender o Tricolor gaúcho na Libertadores. Tratou-se de um chamado para que ambos unissem forças para esquecerem de vez a frustração de 2008, quando o Fluminense foi derrotado pela LDU na final da Libertadores.

– Na hora, você não sabe se chora ou se comemora. A família toda vendo. Eu falei no intervalo: "não vim à toa, eu vim com um propósito – disse Cícero na saída de campo, em entrevista para a SporTV.

Para aceitar o chamado do Grêmio, Cícero precisou arriscar. Afinal, não poderia atuar no Brasileirão. Somente na Libertadores. Ou quem sabe no Mundial de Clubes…

– Quando vim para o Grêmio, foi com um contrato de risco, mas eu sabia do meu potencial e não duvidava de mim mesmo. Vim com risco de quatro ou seis jogos. Espero que sejam seis, com o Mundial – apostou.

Em três partidas, Cícero executou três funções diferentes: meia-atacante, centroavante e, esta última, como segundo volante. E chegou ao primeiro gol pelo Grêmio no momento mais importante.

O jogo era encardido, difícil. Retrancado, o Lanús se defendia bem e não cedia espaços. Para piorar, ainda esbanjava toque de bola refinado, uma das principais características do Grêmio.

Se não dá pelo chão, que seja pelo alto. Com esse raciocínio, Renato Portaluppi resolveu arriscar. Colocou Cícero aos 26 minutos do segundo tempo, no lugar de Jailson. Jael entraria instantes depois, ao substituir Lucas Barrios.

E não é que a mudança soaria iluminada? Na primeira chance, porém, uma cobrança de falta para a área, Cícero e Jael voaram juntos na bola. Sem sucesso.

Fonte: Globo Esporte