Levir defende campanha do Santos

Categoria: Esporte Escrito por José Raimundo Feitosa

ed816afe f3a3 4522 8682 c3b094ebd230Com prancheta em mãos, técnico separa números para valorizar time e dá recado ao torcedor: "Quero que saibam que os mais chateados somos nós"

Levir Culpi usou algumas estatísticas para defender a campanha do Santos, eliminado para o Barcelona de Guayaquil nas quartas de final da Libertadores. Com uma prancheta na mão, o técnico comparou os números do Peixe com os semifinalistas da competição continental.

– Vivemos tempos em que queremos justiça. Gostaria de falar alguns detalhes antes de tomar uma decisão. Nesse momento vocês estão torcendo por um time que caiu da Libertadores com uma derrota. Estou com uns números aqui. Saímos da Libertadores com uma derrota. Botafogo tem quatro. Grêmio duas. River e Barcelona, três. São circunstâncias. São circunstâncias da competição. Ninguém saiu por falta de vontade. Foi fatalidade do jogo e mérito do adversário. Não é motivo para levar uma pessoa a tomar uma decisão impensada. Não tenho grandeza para receber esse resultado com alegria, mas quero que saibam que os mais chateados somos nós. Perdemos dinheiro, mercado, tudo – disse o treinador, em entrevista coletiva nesta sexta-feira, no CT Rei Pelé.

– Temos 14 jogos pela frente. Tem que procurar fazer o melhor nos 14 jogos. O Santos, quase agora, ficou 17 jogos sem perder. Tivemos duas derrotas. No futebol brasileiro isso permite mudança de rumo, mas estamos preparados. Conversamos com jogadores e a melhor resposta que podemos dar é ser invicto nos 13 jogos. Escapou a Libertadores, mas quem sabe a próxima? – afirmou.

O próximo desafio será contra o Atlético-PR neste sábado, às 21h, na Vila Belmiro. Levir prometeu não fazer grandes mudanças na equipe titular.

– Time parecido, claro. São jogadores que têm entrado. Não vai ter surpresa nenhuma. Talvez (risos) – concluiu.

O Alvinegro deve enfrentar o Furacão com Vanderlei, Daniel Guedes, Lucas Veríssimo, David Braz e Zeca; Alison, Vecchio e Jean Mota; Copete, Bruno Henrique e Ricardo Oliveira.

Veja outros trechos da entrevista de Levir Culpi:

Peso dos desfalques

– Se considerar o Victor, Renato e Lucas, são titulares de qualquer time da Libertadores. É representativo. É natural que os três que entram não tenham o mesmo estilo, qualidade, de certa maneira, sim. Ainda estão entrando. Há um peso em cima disso. O elenco do Santos é muito bom. O que nós não temos ainda é um time altamente refinado e dirigido. Temos uma base que foi quebrada sem esses três jogadores. Mas tenho confiança no elenco. Acho que os substitutos podem dar conta e deixar o time equilibrado até o fim do campeonato

Clima após a eliminação

– É bastante lógico. É velório. Saímos de cabeça baixa. Não em relação ao jogo porque não fomos inferiores, jogamos melhor do que eles lá. Aqui o empate seria o mais normal do jogo. Não foi um fracasso, foi uma saída precoce. Ficou injusto nesse aspecto, mas o futebol é feito de detalhes. Demos uma cabeçada na trave. A deles entrou. Fica por aí e começam a achar problemas onde não existe. O que resolve é se fechar de novo e achar o melhor. Voltar à Taça Libertadores é o melhor que o Santos pode fazer.

Sobre 2018

– É uma coisa que eu aprendi a conservar: não dar opiniões antecipadamente. Dois jogos mudam o rumo de um técnico. Não tenho mais essa ambição de deixar alguma coisa preparada para janeiro. De setembro a janeiro está como Brasil e Japão dentro de um time de futebol.

Evolução

– Acabei de ler alguma coisa sobre isso. O aprendizado implica em esforço. Isso que é difícil no futebol. Você tem de mostrar para o atleta o que está acontecendo, ele tem de entender aquilo. Aí que passamos para a fase do esforço. Os jogadores têm um pouco de dificuldade pela formação do nosso povo. Isso é responsabilidade do técnico. Deixar os jogadores mais atentos, fazer com que evoluam. Aprender leva tempo. Fica mais na conversa, no vídeo. É possível melhorar.

Fonte: Por Gabriel dos Santos*, Santos, SP