Jogo contra o Vasco ganha peso

Categoria: Esporte Escrito por José Raimundo Feitosa

decide"Tudo está sob controle". "Não há alerta". "Não vamos nos preocupar". "Sabemos tudo o que está acontecendo".

As frases acima foram ditas pelo técnico Fábio Carille, do Corinthians, nesta semana. O empate por 1 a 1 com o Racing, nesta quarta-feira, pela Copa Sul-Americana, não chega a deixar o ambiente desconfortável no clube. Por outro lado, dará importância extra ao jogo que tinha tudo para ser o mais tranquilo de uma dura série que o Timão enfrenta.

O Corinthians recebe o Vasco neste domingo, às 16h (de Brasília), em Itaquera. Com o peso das três derrotas em quatro jogos no segundo turno do Campeonato Brasileiro. Mais o peso de correr risco de ser eliminado da Sul-Americana. Mais a preocupação com a viagem à Argentina para o jogo de volta das oitavas de final, na próxima quarta.

Melhores momentos: Corinthians 1 x 1 Racing-ARG pelas oitavas da Copa Sul-Americana

É um jogo que se mostra perigoso ao Corinthians. Principalmente se repetir os erros que cometeu contra o Racing, quando poderia ter aberto dois, três gols de diferença no primeiro tempo, mas deixou o rival buscar a igualdade. É preciso retomar logo a rota.

Mas, por que o jogo se torna tão decisivo?

A tabela abaixo mostra a sequência que o Corinthians tem desde o início do segundo turno. E a que terá até a próxima pausa para jogos das Eliminatórias para a Copa de 2018, em outubro.

A sequência alvinegra

19/8       Corinthians 0 x 1 Vitória               Brasileiro

23/8       Chapecoense 0 x 1 Corinthians Brasileiro

26/8       Corinthians 0 x 1 Atlético-GO     Brasileiro

10/9       Santos 2 x 0 Corinthians               Brasileiro

13/9       Corinthians 1 x 1 Racing                Sul-Americana

17/9       Corinthians x Vasco        Brasileiro

20/9       Racing x Corinthians       Sul-Americana

24/9       São Paulo x Corinthians                Brasileiro

1/10       Cruzeiro x Corinthians   Brasileiro

São 50 pontos na tabela, sete a mais do que o Grêmio, vice-líder, que divide atenções com as quartas de final da Taça Libertadores. Mesmo assim, só há pedreiras pela frente: Racing, São Paulo (um clássico é um clássico, mesmo com o rival ameaçado de rebaixamento) e Cruzeiro, no Mineirão. O Vasco, com Zé Ricardo no comando, quer crescer.

Empate ou derrota ampliam o jejum para quatro partidas. Número pequeno perto da invencibilidade de 34 jogos que o Timão teve no ano, mas preocupante para a manutenção da confiança. Que ainda é alta, mas não pode se transformar em soberba.

O que é preciso melhorar?

Correção nos passes: contra o Racing foram 45 errados, muitos deles por preciosismo. Com índice de acerto abaixo da média, as triangulações diminuem, e o Timão não consegue envolver seus adversários. No primeiro tempo, a equipe dominou os argentinos assim que acertou o pé;

Intensidade o jogo todo: como disse Jô na saída do gramado em Itaquera, o Corinthians deixou de jogar no segundo tempo. Quis caprichar demais, marcou menos quando não teve a bola e mostrou certo comodismo com o resultado parcial de 1 a 0. Foi castigado;

Organização: sem a intensidade necessária, quebra-se também parte da disciplina tática. Sem a bola, o Timão teve sustos acima do normal contra os argentinos.

O gol sofrido diante do Racing é um misto dos dois últimos fatores: a baixa intensidade faz com que Lisandro López receba livre e só seja apertado na hora do chute. A falta de organização naquele momento do jogo deixa Marciel sozinho com três adversários. Triverio faz o gol.

Gol do Racing contra o Corinthians: Lisandro chuta, e três jogadores do Racing enfrentam Marciel. Romero fica no meio do campo (Foto: Reprodução) Gol do Racing contra o Corinthians: Lisandro chuta, e três jogadores do Racing enfrentam Marciel. Romero fica no meio do campo (Foto: Reprodução)

Gol do Racing contra o Corinthians: Lisandro chuta, e três jogadores do Racing enfrentam Marciel. Romero fica no meio do campo (Foto: Reprodução)

Há, porém, uma ótima notícia para domingo: Guilherme Arana deve voltar à lateral esquerda. Ainda que Marciel tenha criado as duas principais chances do Corinthians no primeiro tempo contra o Racing, Arana é acima da média e faz diferença no setor ofensivo. Com ele, as opções de triangulações aumentam, e o time de Carille ganha velocidade na transição.

Para vencer o Vasco e espantar a oscilação, a lição é simples: basta repetir o primeiro tempo que fez contra o Racing. Foram os melhores 45 minutos que a equipe teve desde a derrota para o Vitória. Um sinal de evolução em meio aos primeiros questionamentos sobre o líder do Brasileiro.

Fonte: GloboEsporte.com