Jogadores lavam próprios uniformes

Categoria: Esporte Escrito por José Raimundo Feitosa

uniformeSe tem uma coisa que não falta para o Tianjin Quanjian, time que o técnico Vanderlei Luxemburgo assumiu na China e que já contratou atletas como Luis Fabiano e Jadson, é dinheiro. No entanto, apesar do clube controlado por uma fabricante de reméditos ter grana de sobra, boa parte do elenco profissional segue práticas que lembram, e muito, situações habituais das equipes das divisões inferiores do futebol brasileiro.

Segundo apurou o ESPN.com.br, todos os jogadores "comuns" da equipe - ou seja, aqueles que não são estrelas internacionais contratadas por milhões de dólares - lavam a própria roupa e são responsáveis por seus uniformes de jogo, algo que é visto normalmente em clubes amadores.

Outra coisa diferente da elite do Brasil, mas que é considerada normal na China, é que os atletas carregam suas malas e ficam responsáveis pelo check in quando fazem viagens de trem ou avião tanto no próprio país quanto para o exterior. Nas equipes brasileiras de ponta, geralmente há um funcionário responsável por coordenar tudo para os jogadores.

Não à toa, o desembarque do Tianjin Quanjian no Brasil, no último final de semana, para a pré-temporada programada por Luxa em Atibaia (no interior de São Paulo), demorou mais de duas horas, já que os jogadores fizeram questão de recolher e carregar a bagagem no aeroporto.

Segundo contaram dirigentes do clube chinês à reportagem, a nova comissão técnica, chefiada por Luxemburgo e que vai contar com quase uma dezena de outros profissionais brasileiros, quer implantar práticas novas na equipe asiática, mas não pretende bater de frente com hábitos da cultura local, principalmente no relativo à independências dos atletas. Jadson e Luis Fabiano, por sua vez, não irão lavar seus próprios uniformes, mas terão que cuidar deles.

Sobre os planos da equipe, a ambição é total: segundo cartola do Quanjian, a meta é conseguir o acesso para a primeira divisão chinesa já nesta temporada. Em seguida, chegar à Liga dos Campeões da Ásia, destronar o Guangzhou Evergrande (comandado por Luiz Felipe Scolari) do posto de time mais forte do país e tornar-se uma potência.

"A ação da vinda para o Brasil é pelo fato de ser o país do futebol e muito forte, e viemos aprender como se joga com os jogadores e técnicos", diz Sun Xian Lu, representante do clube de Tianjin no país sul-americano, ao ESPN.com.br., antes de elogiar o técnico Vanderlei Luxemburgo, escolhido para conduzir a equipe de Tianjin à grandeza.

"Ele já passou por vários clubes importantes, tanto no Brasil quanto fora, e o currículo dele fala por si só. Ele tem a mesma intenção do presidente: de montar um time de segunda divisão, mas com estrutura de primeira divisão, subindo depois para a Copa Asiática", ressalta.

Após passarem por uma bateria de exames no HCor, em São Paulo, os atletas do Tianjin Quanjian passarão agora um mês treinando em Atibaia, para voltar à China na ponta dos cascos. Para ganhar cada vez mais a confiança dos atletas, Luxa contará com o auxílio do intérprete Ye Ming, que é chinês, mas mora desde os 3 anos no Brasil.

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