Equipe de Roger controla posse em Guayaquil, mas não agride Barcelona e dá adeus melancólico à Libertadores. Agora, é preciso recolher os cacos e se reinventar para Brasileiro e Copa do Brasil
A missão era difícil, e o Fluminense precisava fazer o jogo da vida nesta quinta-feira, mas o que se viu em campo foi uma equipe "morna", que não parecia vibrar na intensidade de que uma Libertadores pede. Ou melhor, exige. Se sobrou posse de bola, faltou objetividade e repertório para buscar a vaga fora de casa. Com o empate em 1 a 1 com o Barcelona de Guayaquil, no Equador, o Tricolor deu adeus ao seu maior objetivo na temporada.
Após o frustrante 2 a 2 no jogo de ida, no Maracanã, o Fluminense precisava chegar ao gol para classificar às semifinais – era necessário vencer ou empatar em, no mínimo, 3 a 3; um novo 2 a 2 levaria a decisão para os pênaltis. Para isso, o pressionado Roger Machado optou por repetir a escalação do último final de semana, quando a equipe foi derrotada por 4 a 2 para o Internacional, mas com Fred no lugar de Abel Hernández.
A escalação inicial, portanto, contou com: Marcos Felipe; Samuel Xavier, Nino, Luccas Claro e Egídio; André, Martinelli, Yago e Ganso; Luiz Henrique e Fred.
Apesar das muitas reclamações pelos "três volantes" e pela manutenção de Ganso, o esquema, de fato, se mostrava interessante. Sem Caio Paulista e Gabriel Teixeira, lesionados, a já "batida" formação tricolor com os pontas não estava funcionando. Além disso, a entrada de André ajudaria a liberar Yago e deixá-lo mais próximo do pelotão da frente.
Com o meio de campo povoado, o Fluminense conseguiu administrar o jogo no primeiro tempo e foi para o intervalo com 72% de posse de bola, mas ainda era pouco. Pouco para quem precisava de gols. A equipe confundiu posse com efetividade.
Mesmo com a discrepância nos números, o Tricolor só criou duas chances de real perigo na primeira metade do jogo: em finalização de bicicleta de Ganso e em chute de primeira de Samuel Xavier. O Barcelona não ameaçava, mas também não sofria e era quem tinha a vaga nas mãos.
Esta, inclusive, foi a única vez na Libertadores 2021em que o Fluminense controlou a posse. No entanto, esbarrou na falta de criatividade e repertório do elenco. O excesso de passes para o lado e para trás ficaram ainda mais evidentes após as saídas forçadas de Ganso, aos 41 do primeiro tempo, e de Yago, aos 16 do segundo.
Por Paula Carvalho — Rio de Janeiro