Autismo e as práticas necessárias a cada atendimento

capa frente autismoPsicanalistas franceses propõem uma nova forma de tratamento dos sujeitos autistas, atentando-se para o objeto de fixação do paciente e utilizando-o como parte primordial do processo analítico.

Escrito pelos psicanalistas Isabelle Orrado e Jean-Michel Vives, ambos professores da Universidade Côte d’Azur, em Nice, na França, Autismo e Mediação: bricolar uma solução para cada um é publicado agora no Brasil pela Aller Editora e apresenta-se como uma lufada de ar fresco sobre uma questão tão delicada.

Bricolar já não é, então, uma construção feita nas coxas, mas algo da ordem de uma técnica e de uma atenção com o que se está elaborando e que, com base nisso, implica “traquejo” e “invenção”. Aí está um ponto essencial que almejamos evidenciar com esta obra. O traquejo compete à técnica psicanalítica e à condução do tratamento; a invenção surge da atenção dada às proposições, às vezes ínfimas, das pessoas autistas e da utilização que delas se pode fazer para aumentar as apostas do encontro clínico. – Autismo e Mediação

Para o autista, o mundo exterior é tumultuoso e insuportável. Por isso, ele escolhe um ponto seguro de fixação - um objeto ou uma área de conhecimento, como música, desenhos, carrinhos, entre outros. A proposta do livro é que esse ponto seja tomado como objeto de mediação entre o sujeito e o mundo.

Considerar a habilidade ou o interesse específico de cada um é, portanto, essencial; torna-se necessário abandonar os modelos pré-formatados de atendimento e bricolar, isto é, arranjar-se com os “meios que se tem à mão”, como define Lévi-Strauss.  O analista deve não apenas escutar o paciente de forma singular, mas também criar com aquilo que este apresenta. Isabelle e Jean-Michel advogam que o uso desse ponto de fixação torna o contato analista-autista – e autista-mundo exterior – possível.

Os autores aprofundam o tema desenvolvido discorrendo sobre a relação do sujeito autista com a voz e a pulsão invocante – tema sobre o qual os autores têm artigos e livros publicados. Eles argumentam que a voz sonorizada (emitida por uma máquina) pode, muitas vezes, servir como mediação entre o autista e o seu entorno.

Autismo e Mediação: bricolar uma solução para cada um é uma proposta inovadora, pois apresenta novas possibilidades para o atendimento de sujeitos autistas, construindo a teoria a partir de observações de casos clínicos. Isabelle Orrado e Jean-Michel Vives apontam com clareza e empatia maneiras de como utilizar o objeto de fixação a favor do tratamento do sujeito.

Ficha técnica

ISBN: 978-65-87399-02-7

ISBN ebook: 978-65-87399-03-4

Formato: Brochura – 14x21cm

Peso: 160g

Páginas: 160

Idioma: Português

Editora: Aller Editora

Edição: 1ª / 2021

Gênero: psicanálise, autismo, mediação

Livro físico: R$63,00

Livro digital: R$44,00

Sobre a editora: A Aller Editora oferece em seu catálogo obras que se debruçam sobre os temas cruciais da teoria e da prática clínica, desde seus fundamentos até as repercussões dos debates atuais sobre o sujeito contemporâneo. Inspirada pelo verbo francês aller, que significa “ir”, a casa editorial convida leitores, atuantes na área de psicanálise ou não, a percorrer caminhos que cruzam fronteiras e a embarcar nesse desafio que é ler como movimento.

Sobre o autor: Jean-Michel Vives é psicanalista e professor de Psicopatologia Clínica na Universidade Côte d’Azur (França). É membro do movimento Insistance em Paris e do Corpo Freudiano – RJ (Brasil). Pesquisa sobre a dimensão pulsional da voz e a gestão social do gozo a ela associado. Interessa-se pela teorização dos desafios psicológicos da prática teatral. Participou, como dramaturgo, de inúmeras encenações teatrais e óperas. Ministra, regularmente, cursos e conferências em universidades de Nova York, Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza e Toronto. Seus artigos foram publicados em várias línguas. No Brasil, além de A voz no divã, Jean-Michel Vives publicou os livros A voz na clínica psicanalítica e Variações psicanalíticas sobre a voz e a pulsão invocante.

Sobre a autora: Isabelle Orrado pratica a psicanálise em Nice, é membra da Escola da Causa Freudiana e da Associação Mundial de Psicanálise. Ensina Psicologia Clínica e Patológica na Universidade Côte d’Azur.

Assessoria

 

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