Santos tenta o tetra na Libertadores

Categoria: Esporte Escrito por José Raimundo Feitosa

lucas bragaAtacante de 23 anos estava na várzea antes de virar jogador profissional e assistia ao Peixe nos estádios

O Santos terá um torcedor no Maracanã na final da Libertadores, contra o Palmeiras, no próximo dia 30, mesmo sem precisar desrespeitar a determinação de portões fechados por causa da pandemia do novo coronavírus.

Saído das arquibancadas da Vila Belmiro e dos campos de terra na várzea, Lucas Braga virou titular do Peixe e marcou um dos gols da vitória por 3 a 0 sobre o Boca Juniors, nesta quarta-feira, na semifinal da Libertadores.

Antes de cativar o técnico Cuca, o atacante levava uma vida de torcedor. Graças ao avô e à mãe, ele passou a torcer pelo Peixe ainda criança. Agora, estará em campo na histórica final contra o Palmeiras.

– Meu avô era santista, minha mãe é santista. Então, cresci dentro desse ambiente de respirar e ver o Santos mesmo. Tive a oportunidade de, quando pequeno, ir muito à Vila. Eu não entendia muito, mas já estava ali vivendo. Depois de mais velho, pude ir ao Pacaembu muitas vezes, sempre no tobogã (setor atrás de um dos gols). Meu pai sempre me acompanhou também – disse, em agosto, em entrevista ao ge.

A história de Lucas Braga como jogador também é surpreendente. Nascido e criado na Zona Oeste de São Paulo, ele é "filho" da várzea. O atacante do Santos deu seus primeiros passos em campos de futebol graças a um projeto social do qual fazia parte.

Depois da várzea, Lucas Braga passou por J Malucelli, Luverdense, Vila Nova e Batel até chegar ao Santos. Já na Vila Belmiro, o atacante ainda foi emprestado para Cuiabá e Inter de Limeira, clube no qual encontrou um ídolo santista: o técnico Elano.

De volta ao Santos, Lucas Braga demorou a se firmar. Só ganhou a vaga de titular quando Soteldo, no fim de 2020, pegou Covid-19. E ele soube aproveitar a oportunidade.

As boas atuações nas quartas de final da Libertadores, contra o Grêmio, deixaram uma pulga atrás da orelha do técnico Cuca. Como colocar todo mundo no time titular quando Soteldo se recuperasse e estivesse à disposição? Ele arrumou espaço para todos.

Aberto pela esquerda, Lucas Braga apresentou armas que Soteldo até então não tinha oferecido a Cuca: ajudar mais o lateral Felipe Jonatan na marcação. Assim, o atacante foi mantido por ali, enquanto o camisa 10 passou para o meio de campo.

Com o tempo, Lucas Braga mostrou que merecia a vaga no time titular. E foi coroado com o terceiro gol do Santos contra o Boca.

Por Bruno Giufrida — São Paulo