Felipão reestreia pelo Cruzeiro

felipao scolari cristianoronaldo get 15Treino comandado na segunda-feira e contrato registrado na CBF. Tudo pronto para Luiz Felipe Scolari reestrear como treinador do Cruzeiro. Dezenove anos depois da saída, o treinador voltará ao banco com uniforme estrelado nesta terça-feira, às 21h30 (de Brasília), contra o Operário-PR, pela 17ª rodada da Série B do Brasileiro.

A missão de Felipão não é nada fácil: tirar o time da penúltima colocação e leva-lo ao G-4, em apenas 22 jogos. A diferença que separa o Cruzeiro da Ponte Preta, que abre a zona de classificação à elite, é de 14 pontos.

A média para acesso na Série B de pontos corridos é de 62 pontos. O Cruzeiro, portanto, precisaria conquistar 49 dos 66 restantes, o que corresponde a 74% de aproveitamento. Difícil, mas não impossível. E Felipão tem um exemplo recente vivido por ele mesmo para embasar essa confiança.

Em julho de 2018, após demitir Roger Machado, o Palmeiras recorreu a Felipão para arrumar o time. O treinador estava sem trabalhar desde novembro do ano anterior, quando saiu do Guanghzou Evergrande, da China.

Na 16ª rodada do Brasileiro, ele já havia sido anunciado, mas quem comandou a equipe de forma interina por Wesley Carvalho, então auxiliar do Palmeiras. Assim como ocorreu na última sexta-feira, quando Célio Lúcio esteve no banco do Cruzeiro.

Na 17ª rodada daquele ano, Felipão esteve pela primeira vez no banco de reservas. Foi no empate sem gols com o América-MG, no Independência. O duelo desta terça-feira, em Ponta Grossa, será também pela 17ª rodada.

O Palmeiras entrou em campo naquele jogo contra o Coelho em 6º lugar do Brasileirão, com 26 pontos. A missão de Felipão era alcançar o líder Flamengo, que àquela altura tinha 34. E o treinador conseguiu. Foram 54 pontos (com 16 vitórias e seis empates) conquistados nos 22 jogos restantes.

Algo parecido com o que o Cruzeiro precisaria para conseguir o acesso, já que chegaria aos 67 pontos, uma situação bem segura em relação à volta à elite. No entanto, o que aconteceu com o Palmeiras foi algo fora da curva, fosse pelo investimento alto de uma empresa parceira e pelo fato de a pressão no clube paulista, naquele momento, ser bem menor do que é no Cruzeiro hoje, principalmente pelo fato de Roger ter sido demitido sem tantos resultados ruins.

Reestruturação em seleções

Além do trabalho de recuperação com o Palmeiras, em 2018, o experiente treinador gaúcho acumula outros trabalhos de destaque pelas seleções do Brasil e de Portugal, também liderando reestruturações e arrancadas.

Em 2001, o Brasil vivia situação complicada nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002, que seria disputada no Japão e na Coreia do Sul. A solução foi demitir o então técnico Emerson Leão e contratar Felipão, então técnico do Cruzeiro. O treinador conseguiu fazer um trabalho de recuperação e classificou a seleção brasileira para o Mundial no terceiro lugar, com 30 pontos. O comandante formou um grupo unido, que inclusive ganhou o apelido de "Família Scolari". Com toda essa união, o pentacampeonato viria com uma vitória por 2 a 0 pra cima da Alemanha na grande final.

Já em 2003, o treinador tinha um novo desafio: assumir a seleção de Portugal e tentar levar os portugueses a dias de glória. No ano seguinte, na Eurocopa disputada no próprio país, Felipão levou Portugal para a grande final, mas acabou derrotado para a Grécia por 1 a 0, sendo uma das maiores zebras do futebol, já que os gregos nunca foram apontados como favoritos ao título. Dois anos depois, Felipão alcançou mais um grande feito à frente de Portugal. Na Copa do Mundo de 2006, disputada na Alemanha, os portugueses voltaram a disputar uma semifinal após 40 anos. Os portugueses eliminaram a Holanda nas oitavas de final e Inglaterra nas quartas. Já na semifinal acabou perdendo para a França.

Por fim, em 2012, o treinador retornou para a seleção brasileira, que vivia um momento complicado, após a demissão de Mano Menezes. E o treinador levantou mais um caneco pelo Brasil no ano seguinte, na Copa das Confederações, quando derrotou a Espanha, atual campeã do mundo, por 3 a 0 na grande final. Entretanto, o sucesso não se repetiu no Mundial. Com uma campanha irregular, o Brasil até chegou na semifinal, mas acabou sofrendo sua maior derrota em um Mundial, que foi o 7 a 1 para a Alemanha, no Mineirão.

Por Guilherme Macedo e Diego Domingues — de Belo Horizonte

 

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